Exploração ilegal de madeira já preocupa

Estadão do Norte-Porto Velho-RO - 28/10/2003
O problema do roubo de madeiras das reservas indígenas e das demais áreas de preservação permanente é tão alarmante que a representante da Kanindé, Ivaneide Bandeira, reuniu-se, às pressas, com o administrador Executivo Regional da Funai, Rômulo Siqueira de Sá, com o chefe de Fiscalização da Funai, Abrahão Negreiros Tejas, e com o chefe do Parque Nacional Pacáas Novos, Rogério Vargas. Na pauta, discussões sobre as estratégias a serem montadas para combater a exploração ilegal e indiscriminada de madeiras das terras indígenas de Rondônia, fato que já está comprometendo o ecossistema e a biodiversidade do Estado.
No caso da apreensão de madeiras da terra dos Uru-Eu-Wau-Wau e do Parque Nacional Pacáas Novos, Rogério Vargas lembra que o transporte, para Porto Velho, do material apreendido foi impossibilitado porque o prefeito de Campo Novo, Marcelino Hellmann, e mais os vereadores Marquinhos e Zé Branco, foram à sede do Ibama exigir esclarecimentos sobre os fatos. Na verdade, queriam ganhar tempo enquanto preparavam uma estratégia para tomar de assalto a operação de transporte dos equipamentos apreendidos e reclamados pelo madeireiro Uadra Castelhane David.
"A equipe do Ibama esclareceu que a apreensão foi feita em Nova Mamoré, informando a todos que se tratavam de reserva indígena e área de preservação permanente. Inclusive, foram orientados a recorrerem judicialmente de seus direitos (se é que os têm) para reaver os bens apreendidos. Meia hora depois, o pessoal do Ibama recebeu um telefonema comunicando que os vereadores Marquinhos e Zé Branco estavam organizando um movimento, arregimentando, induzindo e manipulando peões para impedir para impedir, à força, o transporte do material apreendido", relata Rogério Vargas.
Segundo o representante da Kanindé, as informações davam conta de que os peões iriam para a confluência das estradas 421 e a que dá acesso a Buritis para tomar de assalto o comboio e resgatar o material apreendido. Diante da situação, os coordenadores da operação entraram em contato com a sede do Ibama, em Porto Velho, informando sobre os fatos. Então, foram orientados a deixarem o caminhão, o trator e a pá mecânica na sede do destacamento da Polícia Militar de Rondônia, em Campo Novo.
Além de Rogério Vargas e dos técnicos e fiscais do Ibama e da Funai, também estão sendo ameaçados de morte Manoel Carneiro - um eventual colaborador que está confinado na aldeia de Alto Jamari para não ser morto pelos pistoleiros; e Evandro Santiado - um colaborador da ONG Kanindé que, nem sequer, participou da operação na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau e do Parque Nacional Pacáas Novos, onde um helicóptero do Ibama sobrevoou a área e os fiscais constataram a exploração ilegal e indiscriminada de madeiras de lei.
(-Estadão do Norte-Porto Velho-RO-28/10/03)
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