Uma ação conjunta do Ibama, Polícia Civil e Funai, na última sexta-feira, resultou na prisão de seis pessoas, entre elas um menor, que, há meses, desmatavam a região Sudeste do Parque Nacional do Pacaas Novos, área conhecida como Serra da Onça, no município de São Miguel do Guaporé. A unidade de conservação fica sobreposta na Terra Indígena dos Uru-Eu-Wau-Wau. Os machados apreendidos com o grupo fizeram um estrago considerável: cerca de cinco hectares de terras foram totalmente devastados, uma área equivalente a três campos de futebol.
De acordo com o analista ambiental do Parque e funcionário do Ibama, Thiago Beraldo, os grileiros faziam parte de um grande esquema de invasão de terras, que vinha sendo investigado e que, no mês passado, resultou na descoberta do povo indígena, ainda isolado, Jururei. Ele explica que os invasores estavam há pelo menos três quilômetros da aldeia onde vivem os membros da etnia.
"Em maio, achamos barracos e instrumentos que estavam sendo utilizados pelos grileiros. Queimamos tudo, mas o grupo fugiu. Acreditamos que as seis pessoas que foram presas recentemente faziam parte da mesma facção, mas estavam fazendo o desmate em uma área mais afastada", diz.
Thiago Beraldo informa que o crime ambiental, além de destruir a fauna e flora que vêm sendo preservadas na região, põe em risco a existência de povos indígenas isolados que vivem, alguns ainda anonimamente, dentro do parque e da terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau.
O analista ambiental explica que toda a região do Pacaas Novos vem sendo alvo da pressão de invasores. No ano passado, foram presos madeireiros na região de Jacy, no Noroeste do Parque. Existem outras frentes de desmatamento na região do Burareiro e do Caltário.
Para impedir que as ações de grileiros ganhem força, o Ibama contará com o reforço de mais 21 fiscais que auxiliarão os 11 funcionários que já atuam na proteção da área.
(Juliane Bandeira-Diário da Amazônia-Manaus-AM-06/06/05)
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