De um lado, uma das pedras mais famosas da Serra da Mantiqueira. Do outro, um conjunto de rochas em meio a mata que compõe um verdadeiro paraíso natural. Entre os dois pontos, uma corda elástica a 200 metros de altura é o caminho para um praticante de highline explorar o esporte e seus próprios limites (veja o vídeo acima).
Natural de São Bento do Sapucaí, interior de São Paulo, Carlos Eduardo de Lima - mais conhecido como Cadu - tem 24 anos e escolheu a Pedra do Baú para praticar a atividade que busca equilíbrio entre o corpo e a mente. O hobby começou há dois anos, quando conheceu praticantes no Rio de Janeiro. Desde então, o esporte virou não só uma opção de lazer, mas também uma profissão.
"Quando eu vi que existia possibilidade de fazer no ar, eu senti uma fé grande que eu podia fazer e minha cidade tem a Pedra do Baú, que é um lugar muito mágico para fazer highline. Foi uma mudança da água para o vinho. Sair do quarto para atravessar abismo é uma mudança bem grande", afirma Cadu, que também ensina a prática a interessados em esportes radicais.
Para montar toda a estrutura de highline, ele passou seis meses acampando na região da Pedra em meio à natureza. Aos fins de semana, voltava à cidade para buscar alimentos e outros itens que o ajudava a se manter no local. "Foi a experiência mais incrível que já vivi. No começo foi difícil e trabalhoso montar toda a estrutura de travessia, mas hoje é tudo mais simples e tranquilo", explica.
Travessia
A travessia entre a Pedra do Baú e a Pedra do Bauzinho tem cerca de 40 metros de extensão e é realizada com equipamentos de segurança utilizados no slackline e montanhismo, como uma espécie de cinto e uma corda que prende o atleta à linha elástica. Sobre o abismo ele faz manobras radicais que exigem extrema concentração. Entre vídeos de travessias colocados no Youtube, o percurso feito por ele no Highline é considerado um dos recordes brasileiros.
"A sensação é de que você está flutuando. Se a linha fosse transparente, seria isso. No começo é difícil, mas depois você consegue ver tudo em 360 graus, tanto em cima quanto em baixo", conta Cadu. Além de praticar o esporte, ele também treina pessoas interessadas em aprender técnicas de highline e montanhismo. A iniciativa chamou atenção, inclusive, de uma marca de alimentos, que gravou um comercial, mostrando o trajeto de uma pedra a outra.
A "aventura" teve o incentivo da família e principalmente do pai, que acompanha Cadu - mesmo que no solo - em algumas travessias. "Gosto de participar desses momentos. Eu venho, mas sinto medo por ele", diz Wanderlei de Lima, de 54 anos. Já a mãe dá o apoio, mas prefere não ver o filho se arriscando nas alturas. "Ela já veio aqui, mas fez ele jurar que não ia subir lá. Claro que ele não cumpriu", conta o pai.
Para manter o foco na atividade, muitas vezes o esportista troca o som da natureza pelos fones de ouvido. Na sua playlist estão desde trilhas eletrônicas até música lounge. Após cruzar o complexo de pedras, a sensação é de liberdade e conexão com a natureza. "Dá pra sentir tudo isso (a natureza). A sensação é de prazer. São monstros internos com os quais vamos brigando".
http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2014/12/jovem-enfrenta-altura-de-200-metros-e-pratica-highline-na-pedra-do-bau.html
Turismo Ambiental
Related Protected Areas:
- UC Pedra do Baú
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.