A área que o Estado de Roraima arrecadou para sua base física se localiza na região do Baixo Rio Branco, numa região alagadiça e de solo pobre. São sete glebas registradas nos cartórios de registros de imóveis de Caracaraí e São Luiz do Anauá, a maioria no dia 18 de maio de 1999.
Elas são conhecidas pelos nomes: Univini, Catrimani, Tapera, Xeruini, Itapará, Rio Branco e Rio Preto. Somadas, as sete glebas representam uma área de 2,3 milhões de hectares.
O conjunto é objeto de estudo através de zoneamento ecológico econômico. Preliminarmente, sabe-se que a região é própria para o ecoturismo porque os solos são hidromórficos, de baixa fertilidade, onde não se recomenda desmatamento. Dos 2,33 milhões de hectares, 25% são solos de florestas densas, bem estruturados, ricos em espécies de madeira e de frutos como açaí e castanha-do-Pará.
Conforme o secretário estadual de Agricultura, Álvaro Calegari, o governo precisa transformar essa riqueza natural em benefício da população. Em conjunto com a Secretaria de Planejamento e a Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact), a Secretaria de Agricultura trabalha com a perspectiva de fazer um extrativismo moderno, sem danos ao patrimônio ambiental.
No manejo florestal será retirado o mínimo de metros cúbicos por hectare e somente daquelas que a engenharia florestal indicar. É a chamada retirada cirúrgica, evitando dano às vizinhas. Cada árvore terá idade e diâmetro mínimo, deverá estar livre da vegetação passível de dano durante a extração, como já vem sendo feito com êxito no Estado do Pará.
DISPUTA - Ano passado essa área foi objeto de disputa entre o governo estadual e o Ibama que queria transformá-la em reserva ambiental. Na avaliação do secretário de Agricultura, foi apenas uma divergência de ponto de vista.
Ele argumenta que o Estado está praticamente federalizado na questão fundiária com áreas indígenas, de preservação ambiental e do Exército e a criação de uma reserva extrativista seria apenas para a população local tirar o seu sustento não permitindo que, de maneira responsável, se usufruísse da riqueza lá existente.
"Em ato contínuo o governo criou a Área de Preservação Ambiental (APA), que pode ser explorada economicamente sem prejuízo ao meio ambiente e dando às pessoas ali residentes a oportunidade de ter uma receita, além de ser fonte de arrecadação para o Estado", declarou Calegari.
LICITADA - Por ser um bem do Estado de Roraima, a exploração do potencial madeireiro será feita mediante licitação pública. A Femact gerencia a área de proteção e finaliza os estudos, para depois definir como a exploração poderá ser revertida em benefício do Estado, evitando a espoliação do patrimônio.
"Na questão do extrativismo da castanha-do-Pará e do açaí, está em estudo a instalação de uma pasteurizadora de polpa de açaí e uma beneficiadora de castanha, sem destinação de lotes. Na região onde os castanhais forem maiores, as comunidades ribeirinhas se organizarão em associações ou cooperativas para extrair e beneficiar os produtos", comentou o secretário.
UC:APA
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