Equipe do Instituto sobrevoa UCs da Amazônia e registra maior seca desde 1902

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 23/11/2010
Equipe de gestores do Parque Nacional de Anavilhanas, do Jaú e a Reserva Extrativista do Rio Unini, no Amazonas, realizaram sobrevôo nos dias 9 e 10 de novembro para registros da maior seca do rio Negro desde 1902, quando começaram a ser feitas as medições. Além do registro histórico, o sobrevôo serviu para subsidiar a equipe de fiscalização que está em operação nas três unidades.

Segundo dados da Serviço Geológico do Brasil-CPRM, em 2010 o rio Negro atingiu a cota de 13,63 metros. A equipe pôde observar a seca de vários afluentes do rio Negro, como o rio Apuaú e Baependi, bem como os limites geográficos do Parque Nacional de Anavilhanas.

Nos rios Unini e Jaú, a seca acentuou ainda mais as corredeiras e o surgimento de praias, dificultando a passagem de embarcações. Os registros foram feitos por meio de fotografias, vídeos e ferramentas de geoprocessamento.

"No período da seca, as três unidades apresentam um cenário completamente diferente da cheia. A variação do nível da água, que diminui aproximadamente 15 metros no período de estiagem, faz surgir centenas de praias, taludes, pedrais e corredeiras e provoca a seca de canais e lagos", explica o analista ambiental do Parna de Anavilhanas, Rafael Pinto. Muitos consideram que nesta época a beleza cênica do Arquipélago de Anavilhanas ainda é mais extasiante.

Além de afetar as comunidades que vivem nas margens dos rios, a seca dificulta a fiscalização das Unidades de Conservação, que ficam mais vulneráveis ao ataque de traficantes de animais silvestres e madeireiros. Em diversas praias formadas ocorrem a desova de quelônios, que nessa época são capturados e comercializados em maior proporção.

Juntas, as três unidades somam mais de 3 milhões de hectares, englobando diferentes fisionomias florestais, tais como igapós, florestas de terra firme, chavascais, campinas e campinaranas, que foram facilmente identificadas durante o sobrevôo.

Apesar de existirem alguns pontos de áreas antropofizadas, como no sul do Arquipélago de Anavilhanas, onde a floresta é brocada pela extração ilegal de madeira, e nas áreas de roçado das comunidades do Jaú e Unini, a área total ainda é bastante preservada.

"O sobrevôo proporcionou uma maior compreensão da dimensão e fragilidades das unidades, o que poderá nos auxiliar no planejamento daqui para frente", arremata a analista ambiental da Resex do Rio Unini, Josângela Jesus.

Apesar dos registros históricos mostrarem que a seca do rio Negro de 2010 foi a maior já registrada, os moradores dos rios Unini e Jaú testemunham que a seca de 2009 foi ainda mais intensa.

"Existem pontos nas três unidades que, em virtude da extensão delas, possivelmente nenhum de nós poderia conhecer se este sobrevôo não fosse possível. ", diz a analista ambiental do Parque Nacional do Jaú, Iasmina Freire.


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