Na biologia e na ecologia, o termo extinção é utilizado para falar sobre o desaparecimento de espécies, subespécies ou grupos de espécies. O momento da extinção é geralmente considerado como o da morte do último indivíduo da espécie. No decorrer da ocupação histórico-social do planeta, muitas espécies foram extintas naturalmente, contudo com o processo de degradação do meio ambiente e desenvolvimento desordenado, hoje, espécies são extintas devido à grande interferência do homem na natureza.
As tartarugas marinhas são exemplos de espécies ameaçadas de extinção. Existem há mais de 150 milhões de anos e conseguiram sobreviver às mudanças do planeta, mas hoje enfrentam a pior situação de conservação de sua existência. É o resultado da ação direta da atividade humana. Dentre estas, a captura incidental pela pesca é hoje considerada a maior ameaça para a sobrevivência de todas as espécies.
A edição de Julho do Destaque Amazônia (DA), traz como matéria principal o estudo "Interação de tartarugas marinhas com a pesca artesanal na Resex Marinha Mãe Grande de Curuçá, Pará, Brasil" desenvolvido por Marcela Ramos dentro do Programa de Pós-Graduação em Zoologia do Museu Goeldi e a Universidade Federal do Pará (UFPA) para avaliar e monitorar a ocorrência dessas espécies de tartarugas e da sua captura incidental por pescadores na Amazônia costeira.
Orientada pelo pesquisador da Universidade Federal do Pará, Juarez Pezzuti, Marcela analisou a relação entre as tartarugas marinhas e a comunidade da Reserva Extrativista em Curuçá (PA). Segundo Marcela Ramos, foram medidos e mapeados 63 currais e 44 redes "estacadas" - que são ferramentas utilizadas por pescadores - ao redor da Resex, nas quais foram registradas 77 capturas incidentais de tartarugas marinhas, com maior incidência nos currais. Em relação às espécies, a Chelonia mydas ganhou destaque, tendo sido encontrados 34 individuos, e é seguida pela Lepidochelys olivacea (19), Caretta caretta (14) e Eretmochelys imbricata (3).
"A partir do meu trabalho, sem pressionar ninguém, eu consegui sensibilizar alguns pescadores a não matar as tartarugas capturadas para consumo ou comercialização. Porém, esse processo é muito longo e deve ser contínuo, sem pressão, sem imposição. Para mim, ninguém conscientiza ninguém, a gente sensibiliza as pessoas a partir de nossas atitudes", afirma a mestranda.
Samambaias - O Destaque Amazônia também aborda estudo sobre samambaias na Amazônia. Com o objetivo de caracterizar a anatomia de folhas estéreis e rizomas (tipo de caule) do gênero Elaphoglossum Schott ex J. Sm (Dryopteridaceae) - pertencentes ao grupo das samambaias e de encontrar os locais de produção e/ou acumulação dos compostos bioativos (químicos) da lâmina foliar de três espécies do gênero, para identificar as principais características que distinguem as espécies, que Ana Carla desenvolveu a pesquisa. Ela foi orientada pela pesquisadora do Museu Goeldi, recentemente falecida, Raimunda Potiguara.
De acordo com a bibliografia utilizada por Ana Carla, o gênero estudado é o segundo maior em representatividade na região amazônica, sendo ainda um gênero pantropical e sul-temperado com grande concentração de espécies nas regiões montanhosas da América do Sul.
Cerâmica - A edição de julho do DA traz ainda matéria sobre a pesquisa "Geoquímica de cerâmica arqueológica com diferentes formas e volumes", de André Heron Reis, bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica, orientado por Dirse Clara Kern, geoarqueóloga do Museu Goeldi e Jucilene Costa, da Universidade Federal do Pará.
O estudo analisou as cerâmicas encontradas em sítios arqueológicos de Terra Preta de índio, que são um legítimo registro da ocupação indígena do passado na Amazônia, pois são solos extremamente férteis que abrigam restos de materiais arqueológicos, como fragmentos cerâmicos, carvão e artefatos líticos.
Os resultados obtidos por André mostraram que a forma de utilização doméstica da cerâmica afeta diretamente sua composição, fazendo-a incorporar maiores teores de elementos como sódio, magnésio e cálcio. Diferente dos utensílios, o material arqueológico de origem funerária também incorpora esses elementos, no entanto com menores teores. André verificou também que a variação química na cerâmica doméstica pode estar associada ao acabamento, como a pintura.
Abelhas - As abelhas também estão no Destaque desse mês, que apresenta o trabalho "As abelhas sem ferrão de Belém e arredores (Hymenoptera: Apidae, Meliponina)", realizado por Carla Sayuri Eto, orientada pelo entomólogo Orlando Tobias Silveira. A pesquisa fez coletas e identificação de abelhas pertencentes a esse grupo específico com o objetivo de dar subsídios para um futuro inventário com descrição detalhada da fauna desses insetos na região de Belém (PA).
Sayuri já identificou nove espécies, a partir da análise de 2.190 indivíduos que pertencem ao grupo Meliponina. O destaque ficou para abelhas do gênero Trigona, encontradas nas três áreas, o que, possivelmente, indicaria uma maior tolerância ecológica das espécies.
Em 2011, a pesquisa prossegue na área preservada de Belém, o Parque Estadual do Utinga com uma expectativa de aumentar o número de registros, já que numa fauna local, na Amazônia, espera-se que haja, em números aproximados, entre 50 e 60 espécies diferentes.
A edição de julho do Destaque Amazônia pode ser acessada em:
http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/destaque/2011/julho2011.html
http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/2011/julho/04_07_2011.html
Biodiversidade:Geral
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- UC Mãe Grande de Curuçá
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