Uma área de proteção ambiental no sudeste do Pará foi alvo de invasão e garimpo ilegal. O crime foi descoberto durante uma operação do Ibama e Instituto Chico Mendes (ICMBio) no entorno da floresta nacional do Tapirapé Aquiri. Os 60 garimpeiros que trabalhavam no local foram obrigados a deixar a área.
A floresta invadida possui quase 200 mil hectares e, de acordo com o ICMBio, a maior parte dos danos causados pela prática ilegal são incalculáveis e de difícil reversão. "Eles descaracterizam totalmente a bacia, inclusive alterando o curso de água, grutas, nascentes. Ou seja, o maior impactado são os recursos hídricos", explica José Scarpare, fiscal do Ibama.
Durante a operação, 6 escavadeiras foram apreendidas e os donos dos equipamentos foram autuados. Além disso, também foram recolhidas 30 motobombas, conhecidas como "chupadeiras".
"Nós estávamos trabalhando, aí os órgãos vieram, levaram nossos equipamentos e quando olharam os documentos da cooperativa que nos contratou, viram que a documentação não valia, era tudo ilegal", conta o garimpeiro Divino Pereira.
O rio Pena Branca, que fica dentro da floresta Tapirapé Aquiri, foi o mais atingido pela atividade ilegal do garimpo. O mercúrio usado na extração do ouro atingiu a água, e após notar a diferente tonalidade do rio, fiscais do ICMBio suspeitaram do garimpo ilegal.
Após o fechamento do garimpo, o Instituto Chico Mendes informou que vai intensificar o combate aos garimpos clandestinos na região. "A nossa ideia é ficar efetivamente fazendo o monitoramento para identificar as atividades ilícitas que estão colocando em risco as unidades de conservação e as áreas com recursos naturais representativos", garante o coordenador do ICMBio, Edilson Esteves.
De acordo com um levantamento realizado pelo instituto, atualmente, só no Pará, existem 3 mil garimpos clandestinos que ameaçam unidades de conservação, reservas indígenas e rios. A recuperação das áreas degradadas é o maior desafio dos ambientalistas.
"Os prejuízos pra biodiversidade são incalculáveis, já que essa área é de dificílima recuperação. Serão necessários projetos de áreas degradadas e só após algumas décadas, a gente vai começar a ter um retorno, uma situação próxima à original, antes desse impacto", declara André Luis Vieira, chefe da floresta Tapirapé Aquiri.
O Instituto Chico Mendes aplicou multas aos responsáveis que chegam a até R$ 1 milhão. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF). Todo o maquinário apreendido está sob responsabilidade do Ibama.
http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/06/garimpo-ilegal-destroi-area-de-protecao-ambiental-no-para.html
UC:Floresta
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