A polícia realizou uma operação para coibir o desmatamento na Serra do Mendanha, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Os agentes descobriram que estava sendo construída no local uma clínica para o tratamento de dependentes químicos, sem nenhuma licença, como informou o RJTV.
Em um local isolado, em meio à mata, funcionava uma casa de recuperação para dependentes químicos onde foram encontradas várias irregularidades, como obras sem permissão no terreno, corte de vegetação nativa, movimentação indevida do solo e poluição.
No Parque do Mendanha, na Zona Oeste do Rio, os agentes também encontraram condições sanitárias inadequadas. A obra de um sumidouro, ainda inacabada, já recebe esgoto in natura, o que gerou uma autuação por lançamento de dejetos sem tratamento. Na parte de trás da casa, um cano sai da pia da cozinha e termina direto no solo.
Agentes da Polícia Ambiental e do Instituto Estadual do Ambiente foram até a fronteira entre uma área de proteção ambiental e o Parque do Mendanha apurar denúncias de crime ambiental. Mas aqui encontraram outra situação.
"O mais grave, além da questão ambiental, que vimos com o corte da vegetação, que coloca a construção em risco, a gente tem a questão de saúde das pessoas que estão residindo neste local", afirmou Carlos Dário Moreira, chefe do Parque Estadual do Mendanha.
O fogão a lenha era improvisado, assim como o local onde eram guardados os mantimentos. Os banheiros eram precários. O quarto era pequeno para as trinta e duas pessoas que moram aqui. A maioria delas dorme na varanda.
"À noite nós colocamos camas aqui [na varanda], descemos uma lona e vira um dormitório", afirmou um interno.
A casa é do Pastor Alex Gonçalves Teixeira, da Assembleia de Deus, Ministério de Jeová Chamá. Ele diz que sabe das más condições do local, mas defende o trabalho feito ali, porque são pessoas retiradas das ruas, que sobrevivem de doações.
"O governo quer cobrar, mas não quer ajudar. A fiscalização quer cobrar, mas também não quer ajudar. Por que não liberam uma verba?", contou o pastor.
Entre os adultos, dois menores de idade estavam vivendo no local. Segundo o pastor, eles também tinham problemas com drogas e estavam ali com o consentimento das mães. Eles foram levados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. A polícia quer saber se o Conselho Tutelar tinha conhecimento da internação.
"Há sempre um benefício social na busca dessas pessoas que deixam de usar drogas e cometer crimes. Mas isso tem que ser feito de uma maneira adequada. Para a recuperação, essas pessoas precisam de um ambiente salubre, que não é o caso deste aqui", contou o Tenente Euler Bezerra, sub-comandante da Unidade de Polícia Ambiental (Upam) da Pedra Branca.
O pastor Alex Gonçalves Teixeira foi levado para a delegacia para prestar depoimento.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/02/policia-encontra-clinica-ilegal-em-area-de-protecao-ambiental-do-rio.html
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