Dezoito serrarias clandestinas são interditadas após operação na Serra da Canastra

G1 - http://g1.globo.com/ - 21/02/2019
Dezoito serrarias clandestinas são interditadas após operação na Serra da Canastra
21/02/2019 20h26

Por EPTV 2

Ação terminou com 52 pessoas detidas, caminhões e máquinas apreendidas em MG e SP.

Após prisões, dezoito serrarias são interditadas na Serra da Canastra, no Sul de MG

Agentes de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) interditaram 18 serrarias clandestinas suspeitas de extrair ilegalmente quartzito do Parque Nacional da Serra da Canastra. A ação é um desdobramento da operação "SOS Canastra", que terminou com 52 pessoas detidas nesta quarta-feira (20) - 36 delas ainda continuam presas.

A operação foi realizada para coibir a exploração ilegal de quartzito na serra. Além de prender os suspeitos, foram apreendidos caminhões, motores e serras que eram utilizadas na extração. Segundo a PF, as quadrilhas agiam há pelo menos 15 anos na região.

"Ontem nós concentramos, junto com a Polícia Federal, que está coordenando essa operação, nós concentramos na apreensão dos caminhões. Foram apreendidos sete caminhões. Ainda tem mais caminhões que poderão vir a ser apreendidos. E hoje nós estamos vindo com as nossas equipes nos depósitos para fazer a apreensão dos equipamentos, especialmente as serras, que cortam as pedras, que beneficiam as pedras. Justamente para inviabilizar a atividade", explicou o agente de fiscalização Carlos Henrique Bernardes.

As serrarias ficavam nas cidades de Alpinópolis (MG), São João Batista do Glória (MG), Piumhi (MG) e Batatais (SP). Uma casa que servia de abrigo para os extratores também foi demolida.

Operação

Foram oito meses de investigação até a ação da Polícia Federal. Em 10 anos, o ICMBio realizou 55 autuações, multando extratores e apreendendo equipamentos, mas a prática clandestina continuava. Foi quando eles decidiram mudar de estratégia. A extração só acontecia, porque tinha quem comprava. Os donos dos depósitos eram que movimentavam o comércio e lucravam mais com isso.

"Nós fizemos em operações anteriormente nos depósitos, e quando chegava a fiscalização, eles apresentavam notas de outras pedreiras, como se as pedras fossem oriundas de outras localidades. Então mostra que eles tinham um esquema muito sofisticado, inclusive para esquentar essas notas e poder vender a pedra ilegal", explica Fernando Tizianel, chefe do Parque Nacional da Serra da Canastra.

Prejuízo ambiental
Os pontos de extração somam 180 hectares, segundo o instituto, mas os prejuízos são bem maiores.

"Nessa extração de pedra da forma que é realizada, apenas 15% da pedra é aproveitado e 85% é rejeito. Esse rejeito tem sido depositado de qualquer maneira, próximo às áreas de extração, sem nenhum critério", diz Fernando.

Além dos rejeitos jogados no leito do rio, há os rejeitos da sobra da lapidação. Sem descarte regular, eles ficam até às margens da rodovia, o que causa mais degradação ao meio ambiente.

"Para todo lado, há contaminação, há rejeitos, para problemas ambientais decorrentes dessa atividade ilegal", afirma Carlos.

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