OESP, Caderno 2, p. C2 - 20/02/2020
Fandango vira polêmica entre ambientalistas e Iphan na Jureia
Sonia Racy
20 de fevereiro de 2020 | 00h43
Tido como "a principal pérola ambiental do Estado", o chamado Mosaico da Jureia, no litoral sul de São Paulo, virou queda de braço entre ambientalistas e o Iphan. Na origem, um pedido feito pelo escritório paulista do instituto à Fundação Florestal para que autorize seu pessoal a entrar na área. Motivo? Avaliar se um importante patrimônio cultural, a dança conhecida como fandango caiçara, estaria ameaçado. O que exige várias visitas à região, que se estenderiam até abril.
Defensores atentos daquela área, como Fábio Feldmann, José Pedro de Oliveira Costa e Gláucia Savin, da OAB, estranharam o argumento. Têm na memória um episódio recente de invasão de área próxima que resultou num processo hoje em tramitação no MP na Baixada Santista. E temem que, de algum modo, a ação do Iphan "legitime a posse de pessoas que não estavam lá", segundo a advogada Savin.
Outro lado
Procurado, o Iphan, em Brasília, diz ter recebido pedidos de ajuda de moradores segundo os quais o fandango estaria ameaçado na região.
No momento, diz o instituto à coluna, existem apenas "tratativas com a Fundação Florestal para entender a situação". Avisam que a equipe técnica tem especialistas em arqueologia, antropologia e gestão ambiental. E garantem: seus estudos "ainda estão em andamento".
Outro lado 2
As explicações do Iphan não tranquilizam o pessoal do meio ambiente. "Por que estudar o fandango no Mosaico e não em Iguape?", pergunta Feldmann. "Preservar um bem desses não exige um lugar específico. Deixem o Rio Verde em paz", acrescenta a advogada da OAB.
OESP, 20/02/2020, Caderno 2, p. C2
https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-fonte/fandango-na-jureia-vira-polemica-entre-ambientalistas-e-iphan/
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