Gravações foram feitas em viagem pessoal à região. Material vai virar série de três episódios sobre a relação dos extrativistas com a fauna e a flora.
Uma das unidades de conservações mais antigas do país, a Floresta Nacional (Flona) do Amapá virou cenário de uma série documental que mostra o cotidiano das comunidades tradicionais que habitam a região que é de difícil acesso e isolada.
"Do Alto Rio" mostra a realidade vivida por extrativistas do Rio Araguari que cultivam açaí e andiroba na região. Assista a seguir o 1o episódio:
O projeto é tão detalhista, que nem parece que surgiu por acaso, numa das viagens da curiosa e tatuadora Nani Freire, diretora do documentário. Ela é moradora de Porto Grande e gosta de conhecer a região onde vive.
"Surgiu com uma visita apenas ao lugar, porque a gente já conhecia através de estudos e por outras pessoas. A partir do momento que a gente foi até lá, e que a gente conseguiu captar tudo isso que a gente vê no filme, virou uma série", comentou.
A série foi dividida em três partes. A primeira foi ao ar em abril e faz uma introdução para que os espectadores possam ver e conhecer como a região é de verdade.
A Flona foi a primeira unidade de conservação de uso sustentável criada no Amapá, em 1989, a 5ª em tamanho (quase 500 mil hectares) e abrange os municípios de Ferreira Gomes, Pracuúba e Amapá.
Por conta de toda essa grandiosidade, já estava mais do que na hora de levar as belezas da Flona para o resto do mundo.
As gravações do documentário iniciaram em 2020 e a previsão é que todo o trabalho seja concluído em 2023. Esse prazo foi estabelecido por causa dos custos para a equipe ir até o alto do Rio Araguari. As viagens ocorrem pelo menos uma vez a cada 3 meses.
"A gente vai até a Flona que fica no Alto Rio Araguari, e lá a gente fica num retiro da Dona Glória, que protagoniza o 'Do Alto Rio'. Ela é a matriarca de um retiro, uma mulher respeitadíssima, fortíssima, que a gente tem muito carinho. Ela nos ajudou a andar com a primeira etapa do filme. E o segundo e o provavelmente o terceiro também", explicou Nani.
Com essa ajuda já foi possível mostrar um pouco da natureza do Amapá no mais puro estado de simplicidade, algo que para Nani já é motivo de muito orgulho.
"Eu, como boa filha de Porto Grande que sou, entendo que, desde criança, a gente aprende a dar valor no poder e riqueza que a nossa Amazônia tem. E a gente quer continuar levando isso, não só para as pessoas do nosso lugar, mas pras pessoas do Brasil inteiro e, quem sabe, do mundo", concluiu a diretora.
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2021/08/29/do-alto-rio-documentario-retrata-o-cotidiano-de-quem-mora-e-vive-da-floresta-nacional-do-amapa.ghtml
Produção Cultural:Cinema, TV, Vídeo
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