Chefe da Reserva de Pedra Talhada se diz ameaçado de morte por madeireiros e caçadores

Alagoas em Tempo Real - www.alemtemporeal.com.br - 12/06/2008
A falta de uma fiscalização mais atuante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, IBAMA, em Alagoas, do Instituto Chico Mendes e a retirada do Batalhão Florestal, da reserva ambiental de Pedra Talhada, com cinco mil hectares de preservação ambiental, que fica localizada no município de Quebrangulo, há 128 quilômetros de Maceió,vem sendo a principal responsável por uma das maiores catástrofe ambientais do País, por conta da mortalidade criminosa de pássaros e animais silvestres, indo de encontro ao decreto no. 98.524/89 que foi criado exatamente para proteger a Reserva Biológica. Além disso o chefe da Reserva Ambiental, Helaelson de Almeida, disse estar ameaçado de morte por estar impedindo a invasão, na reserva, dos predadores do Meio Ambiente. "Até já solicitei minha transferência em três oportunidades, porque tenho uma família que precisa de mim vivo", desabafou Helaelson.

Foi o que explicou o chefe da reserva, que na tarde de quarta-feira (11) esteve reunido com o comandante do Batalhão Florestal, para solicitar o retorno daquela unidade militar. "A verdade é que com o surgimento do Instituto Chico Mendes, reduziu a área de atuação do órgão, por isso, não há como realizar uma fiscalização em uma área de 4.469 hectares, incluindo 180 nascentes e 50 rios, riachos e córregos, com apenas três homens. Por conta disso a Mata está sendo destruída, porque os madeireiros chegam com aviões hídricos armados operando sempre pela madrugada e nós não podemos realizar essa fiscalização apenas com uma caminhoneta e desarmado. Estamos vendo a extinção de animais silvestre, sem nada podermos fazer. A situação é critica e carece de uma urgente providência. Do lado de Alagoas, mesmo com essas dificuldades já conseguimos realizar várias apreensões de madeiras e pássaros. Agora o caso se complica na área da Lagoa do Ouro, em Pernambuco, onde não existe nenhuma fiscalização", Alertou Halaelson.

Depredadores

Uma informação chegada até a redação dá conta de que até um secretário municipal da agricultura foi autuado em duas oportunidades por estar destruindo a natureza. Além do secretário, existem pessoas graduadas da Policia Militar que também concorrem para a destruição. Inclusive um conhecido pistoleiro da região vem colocando gado na reserva ambiental. Ao ser consultado sobre o assunto, Helaelson, disse haver tomado conhecimento do fato, mas que o escritório do IBAMA está praticamente desativado por falta de condições de trabalho. "A nossa preocupação é muito grande quanto a eminente destruição da Mata Atlântica. O governo federal precisa indenizar as 70 famílias que ainda residem na área ambiental. Como as indenizações não acontecem, a destruição está cada vez maior". Advertiu o chefe da Reserva Biológica.

Prefeito preocupado

Em rápido contato telefônico com o Alagoas em Tempo, o prefeito de Quebrangulo Marcelo Lima, externou a sua preocupação com relação a destruição da Reserva de Pedra Talhada, um dos patrimônios ambientais da região. "A situação está séria, inclusive o Batalhão Florestal, fazia um bom trabalho no município, mas não sei por que foi retirado e com isso, aumentaram os problemas de devastação ambiental", resumiu o prefeito Marcelo Lima

Fazendeiro desabafa

"A região está bastante tensa e nós estamos torcendo para que o governo federal cumpra a promessa de indenização das famílias que aqui residem. Nossa preocupação aumenta porque estamos vendo constantemente pessoas armadas matando pássaros e caçando animais silvestres, muitos deles ameaçados de extinção. Verifica-se na lei que é proibida a entrada na área de proteção sem a devida autorização, mas não é o que está acontecendo na realidade, pois diversas pessoas estão invadindo a reserva com o fim de caça, alimentado pela falta de fiscalização dos órgãos competentes, um vez que não possuem estrutura adequadas para a realização das fiscalizações. E ainda, recentemente, foi retirado do local uma companhia do Batalhão Ambiental da Polícia Militar que fazia um trabalho atuante na área de fiscalização, protegendo a reserva. Com a falta de fiscalização muitas pessoas de outros municípios que nunca caçaram estão se interessando por esta prática, pois não há qualquer controle na reserva e muito menos punição", disse o fazendeiro que preferiu não se identificar para não sofrer represálias.
UC:Reserva Biológica

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