"Primatas em paisagens fragmentadas" foi o foco do segundo curso de Primatologia de Campo realizado pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, entre os dias 30 de janeiro até hoje (8), no Parque Estadual Serra do Conduru, em Serra Grande.
A programação foi composta por palestras, aulas e mini projetos de campo. O curso foi ministrado pelos professores e doutores Célio Murilo Vale, da Universidade Federal de Minas Gerais, Sérgio Lucena Mendes, da Universidade Federal de Espírito Santo e Stephen Ferrari, da Universidade Federal de Sergipe. Além do mestre Leandro Jerusalinsky, chefe do Centro Nacional de Primatas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), João Pessoa, PB.
Segundo a professora Romari Martinez, o Brasil é considerado o país dos primatas porque existem muitos ambientes florestais aqui e há alguns milhares de anos esses ambientes se tornaram florestas luxuriantes com uma complexidade muito grande de habitats. Para Romari, a UESC está num ambiente privilegiado, próxima a uma reserva natural em Una, em uma área onde restam fragmentos da Mata Atlântica que deve ser preservada.
A professora explica ainda que estudos teem mostrado que cerca de 98% do genótipo do chimpanzé é semelhante ou praticamente idêntico ao do ser humano, existindo apenas uma pequena variação de cerca de 2 por cento.
"A importância do estudo dos primatas é fundamental para a solução de diversos problemas relacionados à saúde do homem. Somos muito parecidos geneticamente, ainda mais quando comparados a primatas tais como chimpanzés, gorilas e orangotangos do Continente Africano", finalizou.
O Brasil se destaca por possuir 110 espécies que representam cerca de um terço da diversidade existente no planeta. Várias dessas espécies são endêmicas do território brasileiro. Os primatas também são importantes bioindicadores da qualidade de seu ambiente. Mas, segundo a Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção publicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), 26 espécies de primatas brasileiros se encontram ameaçadas de extinção".
Para Marcelo Barreto, gestor do Parque Estadual Serra do Conduru, durante nove dias o encontro reuniu pesquisadores e estudantes de diversas universisdades de todo o país para discutirem a questão dos primatas. "Com este encontro o Conduru vem cumprindo o seu objetivo com o que diz respeito ao programa de uso público. O encontro deixou como resultado, relatórios técnicos, diagnósticos com pesquisas, informações inerentes ao parque que servirão para a gestão da unidade de conservação", avaliou Marcelo.
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