Mais 350 famílias ribeirinhas serão atendidas na última etapa da estratégia de entrega de mosquiteiros impregnados de longa duração (MILD), na região do Baixo Madeira. Serão visitadas famílias residentes na Reserva Extrativista (Resex) do Cuniã, Araçá e São Carlos, distrito localizado a 72 quilômetros de Porto Velho, por estrada. A distribuição e instalação será feita pela Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela implantação, futura operação e comercialização da energia que será gerada na Usina Hidrelétrica Santo Antônio.
Os técnicos da Coordenadoria de Saúde Pública da Santo Antônio Energia vão cadastrar as famílias, georefereciar as residências, falar sobre prevenção da malária, utilização, conservação e manutenção dos mosquiteiros, para que tenham uma maior durabilidade. Em três meses os técnicos retornam às residências que receberam os mosquiteiros e verificam a situação de cada família com relação às doenças endêmicas e à conservação dos mosquiteiros.
Balanço
Segundo o coordenador de Saúde Pública da Santo Antônio Energia, biólogo Guilherme Abbad, as notícias divulgadas nos últimos dias sobre a preocupação com o aumento de 10% no número de casos de malária em Porto Velho no período de janeiro a setembro de 2010, em relação ao mesmo período do ano anterior, é necessário esclarecer que "em toda Amazônia Legal registrou-se um aumento de 3% no mesmo período. Esse aumento se deve, possivelmente, à anomalia de temperatura conhecida como La Niña que causa alteração no regime de chuvas e portanto no comportamento dos rios e os respectivos tributários da Amazônia, que servem de criadouros para o mosquito vetor da doença".
Essa influência ocorreu também no município de Porto Velho. "Um forte indicativo disso são as informações contidas no gráfico, em que se nota uma redução brusca na cota ("altura" do rio Madeira - medida na régua, em relação ao nível médio do mar) no mês de junho, que foi muito inferior à média dos últimos dez anos. Essa queda brusca na cota do rio coincide com um grande aumento no número de casos de malária em relação a junho do mês anterior de 105%. Assim, o referido mês impactou negativamente os dados do período de janeiro a outubro de 2010 em comparação ao mesmo período de 2009", avalia Abbad.
Para o coordenador, o aumento no número de casos foi heterogêneo no tempo e no espaço, ou seja, o aumento ocorreu principalmente nos meses de junho e julho e na região do distrito de Jacy-Paraná, que passa por um intenso aumento populacional. "Somadas, as regiões de saúde consideradas como área de influência exclusiva da UHE Santo Antônio (1ª,2ª,5ª,8ª e 9ª regiões), apresentaram redução de 0,5% no período. Além disso, a iniciativa de instalação de Mosquiteiros Impregnados de Longa Duração obteve grande sucesso na oitava região (Joana D'Arc e outras comunidades da margem esquerda do Rio Madeira), que registra redução de 31,1% de março a outubro de 2010 (período em que já estavam instalados os MILD) em relação ao mesmo período do ano anterior. Outro fator interessante é a redução de 45,9% de agosto a outubro de 2010 (período em que as localidades da quinta região que já haviam recebido MILD) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Redução
O risco de adoecimento por malária não aumentou no município de Porto Velho, afirma Abbad. "A medida de risco é feita, segundo as recomendações do Ministério da Saúde, por meio da Incidência Parasitária por mil habitantes (n de casos*1000/n de habitantes). Nesse contexto,a incidência parasitária de janeiro a outubro de 2009 foi de 53,1 (considerando a população estimada pelo IBGE para 2009: 383.425 habitantes), no mesmo período de 2010 foi 44,73 (considerando o resultado do censo do IBGE: 426.558, o que significa uma redução de 15,8% no risco de adoecimento. Isso significa que se relativizarmos o número de casos pela população exposta, houve redução do adoecimento por malária. Sendo assim, conclui-se que informações a respeito de malária não podem ser interpretadas de maneira simplista, ainda mais em regiões onde há crescimento populacional expressivo. Além disso, em um contexto de aumento, as áreas de influência da UHE Santo Antônio estão em situação confortável em relação às demais regiões de Porto Velho".
Informações: www.santoantonioenergia.com.br
Santo Antônio Energia
É a concessionária responsável pela construção e futura operação da usina hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em Porto Velho (RO), e pela comercialização da energia a ser gerada.A usinatem potência instalada de 3.150,4 megawatts e capacidade para abastecer 11 milhões de residências, ou aproximadamente 40 milhões de pessoas. O empreendimento tem investimento de R$ 15,1 bilhões e é referência em construção de hidrelétricas sustentáveis, pois utiliza tecnologia de ponta para melhor eficiência energética com menor impacto ambiental. Os acionistas da Santo Antônio Energia são as empresas Eletrobras Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e o Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP). A usina hidrelétrica Santo Antônio é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
http://www.rondonoticias.com.br/?noticia,88743,santo-antnio-energia-entrega-mais-um-lote-de-mosquiteiros
Energia:UHE Amazônia
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