Doutorandos criam site para fomentar turismo em comunidades da Flona Tapajós

G1 - http://g1.globo.com/ - 05/08/2017
Objetivo do grupo é estimular os visitantes da região e ajudar a fomentar o turismo no Maguari e Jamaraquá, já que hoje o maior fluxo de visitas é de estrangeiros.



Alunos do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) da Ufopa lançam, na segunda-feira (7) um website que reúne informações das comunidades Maguari e Jamaraquá, ambas localizadas no interior da Flona Tapajós, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

De acordo com o grupo de sete alunos, o projeto surgiu como um desafio para o grupo. Distantes 75 quilômetros de Santarém, as comunidades abrigam pouco mais de 70 famílias, que têm no turismo sua principal fonte de renda. O objetivo é, através da promoção do ecoturismo, fomentar a economia das localidades, elevando a renda das famílias que vivem ali. "Por serem uma unidade de conservação, eles não têm permissão para produzir, até a agricultura de subsistência e a criação de animais são limitadas", explica o físico Daniel Jati, um dos integrantes do grupo.

As comunidades não apenas recebem turistas, elas também comercializam produtos artesanais elaborados a partir do látex extraído das seringueiras. Em pequenas lojas, os visitantes podem comprar bolsas, sandálias, agendas, bolas de borracha e biojóias feitas a partir de sementes, borracha, palha e resíduo de madeira.

Além de beneficiar a borracha, os comunitários também comercializam a matéria-prima: mantas de látex, que seguem para estados como Rio de Janeiro e São Paulo através de encomendas. Os comunitários do Maguari produzem, ainda, o couro ecológico, uma espécie de tecido feito a partir de látex e algodão.

O grupo observou que, apesar das comunidades já possuírem uma série de serviços e produtos turísticos, a falta de informação é, muitas vezes, um entrave para a consolidação e a expansão do turismo local. "As pessoas acham, por exemplo, que é muito burocrático conseguir autorização do ICMBio para entrar lá. Não é tão complicado assim", avalia a engenheira florestal Vanessa Leão.

O site fornece informações sobre como chegar às comunidades, além de valores de hospedagem e alimentação, além de indicar as formas de obter autorização do Instituto para entrar na Flona.

O doutorando Daniel conta que sempre teve vontade de levar a família para conhecer as localidades, atraído tanto pelas belezas paisagísticas quanto pelo estilo de vida tradicional que os comunitários levam. "Mas tinha receio por causa do custo. Não sabia, até então, que existia ônibus que fazia linha pra lá. Também não tinha noção de quanto gastaria com pousada e alimentação, por exemplo", considera.

A ideia é que, a partir das informações do site, o visitante tem condições de preparar um orçamento completo e se programar com antecedência. Disponibilizar um arsenal de informações farto e atualizado é, segundo a equipe, o instrumento-chave para estimular os visitantes da região e ajudar a fomentar o turismo no Maguari e Jamaraquá, já que, atualmente, o maior fluxo de turistas nesses lugares é de estrangeiros, que vêm visitar a região com pacotes já fechados para conhecer a Flona e suas comunidades, incluindo pontos famosos, como a gigantesca samaúma no Maguari - chamada de "Vovozona", a árvore é uma anciã da floresta, com idade estimada entre 900 e mil anos.

"A gente quer incentivar principalmente o turista daqui das redondezas, aquele que é filho da terra, mas não conhece esses lugares", destaca Daniel.



http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/doutorandos-criam-site-para-fomentar-turismo-em-comunidades-da-flona-tapajos.ghtml
UC:Floresta

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