Ribeirinhos têm sítios atingidos

Diário de Cuiabá - www.diariodecuiaba.com.br - 26/09/2010
O fogo que está destruindo o Pantanal mato-grossense não atingiu apenas a sede do hotel e parte da área da reserva ecológica do Sesc, no município de Poconé. Dois sítios vizinhos foram parcialmente danificados e um casal que vive há mais de 30 anos na região fugiu com medo se ser morto no incêndio.

"Nego" e a mulher Vera, proprietários de um pesqueiro em Porto Cercado, em área anexa ao hotel do Sesc, abandonaram a casa antes de ver a destruição do barracão onde guardavam os apetrechos de pescas e ferramentas de trabalho no sítio.

José Luis de Moura, pescador profissional que há três anos auxiliava Nego no pesqueiro, permaneceu no sítio e assistiu à distância a queima do barraco onde dormia. Ele contou que o casal deixou o local porque Nego, que tem problemas cardíacos, começou a passar mal com o excesso de fumaça.

Do barracão, Moura conseguiu salvar os motores dos barcos de pesca e o reservatório de combustível. Já o quarto onde ele pernoitava, que ficava ao lado do barracão, se transformou em um amontoado de cinzas.

Aluisio Nunes, 63 anos, e a cunhada Maria Zenir Alves Rosário, 64 anos, moram em um sítio a poucos metros do pesqueiro de Nego e Vera. As labaredas não chegaram a casa deles, mas destruíram tudo em volta e mataram pequenos animais como galinhas.

O mais grave, porém aconteceu com dona Maria Zenir. Ela disse que ficou desorientada no meio do fumaceiro sem encontrar a saída, até que foi salva pelo sobrinho Aluzinei de Aquino Nunes, funcionário do hotel Sesc Pantanal.

"Deus nos ajudou ao impedir que as bolas de fogo atingissem nossas casas", agradeceu Aluisio. Ele fez referência aos galhos em chamas que o vento forte transportava de um lado para o outro abrindo novos frentes de queimada.

"O apuro foi grande, nunca pensei que algo assim pudesse acontecer. Só Deus mesmo para explicar essa situação e nossa permanência aqui, vivos e sem queimaduras", completou.

Na Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN) do Sesc Pantanal, o fogo continua fora de controle. A diretora Silvia Kataoca disse que ainda não se sabe o tamanho da área queimada, tampouco os danos à fauna.

No início da noite de sexta-feira, Silva disse que situação era menos grave com a ajuda dos dois aviões agrícolas cedidos pela Defesa Civil estadual que desde quinta-feira estão auxiliando no combate ao fogo.

O diretor nacional do Sesc, Marion Emile Abi-Abibe, esteve no Pantanal onde se reuniu com diretores regionais para avaliar os danos e as condições das instalações do hotel. A princípio a estância permanece fechada até o dia 30.

A reserva ambiental do Sesc é formada por 110 mil hectares, divididas em três unidades: hotel, Baía das Pedras e a RPPN.

HISTÓRIA - O último grande incêndio na reserva ocorreu em 1999, nada que se compare ao que está acontecendo há uma semana. Naquele, o Sesc implantou cinco torres de vigilância que permitem localizar e monitorar focos de incêndios na reserva e no seu entorno, disponibilizou caminhões-tanque, treinou bringadistas e aperfeiçoou o sistema de radiocomunicação, passando os Postos de Proteção Ambiental a dispor de comunicação com unidades móveis e com a própria base de operações em Porto Cercado e Várzea Grande.

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UC:Estação Ecológica

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