10 anos da APA do Araripe avaliam preservação

Diário do Nordeste - Cariri - 03/08/2007
Serão lembrados, amanhã, os 10 anos da criação da Área de Proteção Ambiental do Araripe (APA-Araripe)

Crato. Ambientalistas do Ceará, Pernambuco e Piauí comemoram, amanhã, os 10 anos de criação da Área de Proteção Ambiental do Araripe (APA-Araripe). O decreto foi assinado no dia 4 agosto de 1997, no Serrano Atlético Cratense, no pé da serra do Crato, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

A data será lembrada com uma série de palestras e debates no auditório da Universidade Regional do Cariri, com a participação de conselheiros, representantes das instituições públicas e da coletividade de 38 municípios inseridos na área de abrangência da APA.

A programação será aberta às 8 horas com uma mesa redonda sobre o Resgate Histórico da APA e Estratégias de Desenvolvimento Sustentável, tendo como palestrante o reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca), Plácido Cidade Nuvens e com os debatedores Francisco Carneiro Barreto Campelo, José Patrício Pereira e Sarah Cabral. Os debates serão concluídos no final da tarde, com uma reunião dos conselheiros da APA.

Devastação

Um dos pontos questionados pelos ambientalistas é o crescente processo de devastação. Todos os dias descem caminhões de cima da serra carregados de carvão e lenha. A agropecuária desenvolvida em cima da serra é apontada também como um dos agentes do desmatamento. Os técnicos chamam a atenção para os planos de manejos que nem sempre obedecem à legislação.

Plano de manejo

O plano de manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.

De acordo com o decreto presidencial, a Área de Proteção Ambiental (APA), denominada de Chapada do Araripe, foi criada com o objetivo de proteger a fauna e flora, especialmente aquelas espécies que são ameaçadas de extinção.

Dez anos depois da assinatura do decreto, pouca coisa mudou. A degradação de áreas com cobertura vegetal e os desmatamentos trazem danos a curto, médio e longo prazo. Até mesmo o abastecimento de água na região passa a ficar comprometido, porque as queimadas devastam vegetações, gerando prejuízos e, ao mesmo tempo, provocando, em alguns casos, o desvio do curso das águas. As fontes que jorram do pé da serra estão diminuindo a vazão. A nascente da Barateira, por exemplo, é uma das mais prejudicadas.

Geopark Araripe

A única novidade foi a criação do Geopark Araripe, que foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O projeto abrange uma área de 5 mil km, 8 municípios da região e 9 sítios de observação chamados geotopes. A maioria tem registros úteis para a paleontologia, que estuda a presença de animais e plantas, e para a geologia, que estuda a formação do solo.

O Geopark do Araripe também tem áreas de preservação do patrimônio natural onde estão protegidas a fauna e a flora da região. É uma área física bastante grande e de relevância para o estudo da evolução da terra, pelo fato de reunir elementos da história natural e cultural da humanidade.

SAIBA MAIS

Características

A Biorregião do Araripe consiste de uma sub-região localizada no centro do Nordeste, com uma população de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes distribuídos em um 45 mil quilômetros quadrados.

Conservação

A primeira Unidade de Conservação criada foi a Floresta Nacional do Araripe, na Região Nordeste, no extremo sul do Estado do Ceará, na Chapada do Araripe, com uma área de mais de 38 mil hectares entre Santana do Cariri, Crato e Barbalha.

Vegetação

Caracterizada por Cerrado e Caatinga, onde estão incluídas a Área de Proteção Ambiental (APA) e a Floresta Nacional do Araripe (FLONA).
UC:APA

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Araripe-Apodi
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