Amazonas tem 42 milhões de hectares legalmente protegidos

D24AM - http://www.d24am.com - 28/08/2011
Em 2003, o Amazonas viveu seu segundo ciclo de desmatamento - o primeiro foi em 1995 -, quando o Estado perdeu 1.558,16 quilômetros quadrados de floresta. O que a princípio foi um dano para o meio ambiente, serviu para despertar os governos federal e estadual para a gravidade do problema, segundo a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Nádia Ferreira. "Naquele ano optou-se pelas Unidades de Conservação (UC) e a valorização das populações tradicionais destas áreas como estratégias para conter o desmatamento", afirmou.

De lá para cá, o Amazonas saiu de 7 milhões de hectares legalmente protegidos, em 2002, para 19 milhões de hectares, em 2011, um incremento de 157% no período de nove anos só em UCs estaduais. Ao todo, o Estado possui 27% de seu território protegido por UCs, incluindo as federais (15%) e estaduais (12%), totalizando 42.335.533,20 milhões de hectares.

A gestão das áreas protegidas estaduais está sob a coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), por meio do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc).

Atualmente, o Sistema Estadual de Unidades de Conservação Estadual (Seuc) contabiliza 41 UCs, sendo 32 (78%) de Uso Sustentável e nove de Proteção Integral, distribuídas em cerca de 19 milhões de hectares. Além das 35 UCs federais, sendo 26 (74%) de Uso Sustentável e nove (26%) de Proteção Integral, representando 23 milhões de hectares. "Se forem consideradas as terras indígenas, que representam 27,7% do território do Amazonas, distribuídos em 173 terras indígenas e 66 etnias, o Amazonas totaliza 54,8% de seu território legalmente protegido", informou.

Segundo ela, o Estado optou pelas UCs de Uso Sustentável para evitar o desmatamento, com o objetivo de gerar oportunidades de trabalho e melhoria na renda das populações residentes nas áreas protegidas, por meio dos planos de manejo madeireiros e não madeireiros, manejo de pirarucu, pesca esportiva, pesca ornamental e pesca comercial. Atualmente, 10 mil famílias residem nas UCs estaduais. "Não adianta querer floresta em pé e o homem derrubado. As populações dessas áreas precisam de saúde, educação e fomento. Tudo isso precisava chegar a estas pessoas para que elas pudessem ser nossas parceiras, e não adversárias, no processo de preservação da floresta. E nós estamos conseguindo isso", disse.

Para a secretária, o desafio do Amazonas na preservação da floresta é muito grande, principalmente pela extensão territorial, e a estratégia adotada há nove anos já vem surtindo resultados positivos. "É nas UCs estaduais que se observam as menores taxas de desmatamento. Em 2008, foram registrados 33,28 km² de desmatamento nessas áreas. Em 2010, a área desmatada foi de 5,31 km², representando uma redução de 84% (fonte, Inpe)", informou.

Pirarucu e manejo na geração de renda

Entre as atividades desenvolvidas atualmente nas Unidades de Conservação (UCs) estaduais, destaque-se a piscicultura e o manejo florestal. Atualmente, cerca de 70% do pirarucu manejado do Estado sai das UCs estaduais, com uma renda média de R$ 1.200 por pescador. Os planos de manejo de recursos naturais iniciaram em 1999 na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá. Atualmente, 20 UCs contam com as atividades descritas nesses planos, como por exemplo, os planos de manejo florestal que incentivam a geração de renda com um valor de R$ 2.510 por família.

Outro fator no incentivo à geração de renda em UCs estaduais de uso sustentável é o Programa Bolsa Floresta, aplicado em 15 UCs, e coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), instituição vinculada à SDS. Somente em 2010, foram investidos R$ 7,5 milhões em UCs provenientes desse programa. Instituído pelo Governo do Amazonas em 2007, o Bolsa Floresta prevê o pagamento de serviços ambientais para as populações que vivem na floresta e que se comprometem com a redução do desmatamento. "O objetivo é valorizar e compensar economicamente os esforços de conservação ambiental das famílias moradoras de UCs estaduais", explicou Nádia.





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