Analisador infravermelho vai monitorar gases na Amazônia

G1 - http://g1.globo.com - 09/10/2012
Uma tecnologia simples, porém útil. É assim que o pesquisador da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Júlio Tota, define o analisador de gás infravermelho, aparelho desenvolvido por ele e estudantes dos cursos de Clima e Meio Ambiente, Engenharia Eletrônica, Metereologia e Química da UEA e bolsistas do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

No aparelho, uma câmera com um feixe de infravermelho interage com as amostras de ar. A intenção dos pesquisadores com esse analisador é transmitir dados contínuos e receber e transmitir radiofreqüência para monitorar a emissão de gás carbônico (CO2) na região amazônica. "Quando o aparelho fica no local, geralmente o colocamos em cima do que se quer medir (floresta, Reservatório de Balbina, igarapés, rios etc). Para facilitar, usam-se cabos longos, que podem chegar até a 100m de comprimento. Na Amazônia, por ter muita umidade, é difícil lidar com os cabos aqui. Além disso, as descargas elétricas podem queimar os aparelhos", pondera Julio Tota, mestre em Metereologia e doutor em Clima e Meio Ambiente pela UEA.

Até o fim do mês de outubro, a cidade de Manaus começará a usufruir da praticidade do analisador. Em uma parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), a equipe de Tota implantará o aparelho em algumas áreas da cidade. A intenção, como explica o pesquisador, é identificar e estabelecer as primeiras regiões emissoras de CO2 na capital amazonense. Outro objetivo do aparelho é quantificar as emissões de gases em áreas de floresta nas unidades de conservação em Manaus. A previsão é de que o analisador seja instalado em locais como o Parque do Mindu, o Horto Municipal e a Reserva Adolpho Ducke.

Com a vantagem de reduzir os custos e otimizar o estudo, o aparelho começou a ser desenvolvido em 2010 como um método alternativo. A dificuldade de instalar os cabos na floresta também foi um ponto importante, segundo Tota. "O nosso objetivo é deixar o custo baixo e facilitar a manutenção e operação do aparelho", esclarece. "Colocamos um transmissor de rádio de ondas longas de 2.4 Gigahertz junto ao analisador. Nele, existe uma antena para substituir o cabo. No computador, é colocada a recepção do dado. Hoje, a distância estabelecida é 100, 200 metros, mas estamos fazendo pesquisas para alcançar 10 km", acrescenta.

A tecnologia wireless dos analisadores de Tota já começou a ser colocada em prática. Em breve, o aparelho será colocado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, no interior do Amazonas, em um convênio da UEA com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Max Planck Institute, da Alemanha. "É um projeto inovador, que visa um observatório de torre alta na região. Estamos em fase de implantação, com metade dos recursos liberados pelo Max Planck e a outra metade pelo Brasil. Estamos garantidos pelos próximos cinco anos. É um conjunto de torres em volta de uma maior, de 320 metros", explica.

Chance de ouro

Para o estudante do oitavo período de Engenharia de Controle e Automação, Marcelo Andrade, a oportunidade de trabalhar em um laboratório com a equipe do professor Tota é única. "É a chance que eu tenho de aplicar o que estou aprendendo em sala de aula. E essa tecnologia é muito interessante, e não muito conhecida, apesar de já existir em outras partes do Brasil. Estamos dando um passo muito grande", acredita.



http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/10/analisador-infravermelho-vai-monitorar-gases-na-amazonia.html
Amazônia:Pesquisas, Teses e Seminários

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