Analista do ICMBio dará palestra em congresso internacional de ecologia

ICMBIo - www.icmbio.gov.br - 31/08/2009
A analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe da Estação Ecológica (Esec) Tupinambás, a doutora em ecologia Marli Penteado, será uma das palestrantes do IX Congresso de Ecologia do Brasil e do III Congresso Latino-Americano de Ecologia, que serão realizados em São Lourenço, Minas, entre 10 e 17 deste mês. Os eventos vão reunir cientistas de vários países.

A analista do ICMBio vai apresentar dados e relatar fatos sobre o Arquipélago dos Alcatrazes, que é considerado modelo para acompanhamento da biodiversidade. Os eventos são promovidos pela Sociedade de Ecologia do Brasil e pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.

Alcatrazes tem parte de suas formações inseridas nos limites da Esec Tupinambás, área conservada no litoral paulista e administrada pelo ICMBio. Segundo Marli Penteado, a abordagem do arquipélago se dará como forma de compartilhamento do conhecimento já obtido e as informações pretendidas de agora em diante. "Na verdade, também quero mostrar como o arquipélago pode ser exemplo de monitoramento de biodiversidade, atraindo mais pesquisadores e criando a possibilidade de pesquisas integradas," detalha.

O arquipélago, segundo Marli, é fica a 40 km do continente e, por isso, é rico em espécies endêmicas (só existentes no local). "As ilhas têm uma barreira que é a água. No caso das marinhas, a água do mar, que impede o intercâmbio entre espécies terrestres. O grau de isolamento pode variar em função da distância do continente ou de outras ilhas," explica a analista. Alcatrazes, como ela define, "é um laboratório muito interessante, porque está isolado do continente há 11 mil anos."

Muitos animais da ilha evoluíram e se tornaram diferentes das espécies do continente. De acordo com Marli Penteado, o confinamento milenar é um das causas mais importantes para isso. O arquipélago constitui a maior maternidade de aves marinhas do sudeste brasileiro, abrigando a maior colônia de fragatas do atlântico, enorme população de atobás e duas espécies de trinta-réis, ameaçadas de extinção. Dentre as 23 espécies endêmicas ameaçadas estão a jararaca-de-alcatrazes, a perereca-de-alcatrazes e a rainha-do-abismo.

"É indiscutível a importância biológica, geológica e evolutiva do arquipélago e em particular da ilha principal, que apresenta alto grau de endemismo. É a terceira em riqueza biológica da América do Sul," afirma. O conjunto de ilhas também é considerado área de Extrema Importância Biológica e prioridade de ação Extremamente Alta no documento do Ministério do Meio Ambiente que estipula Áreas e Ações Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade.

Algumas formações de Alcatrazes fazem parte da Esec Tupinambás, mas todo o arquipélago, frisa Marli, é considerado área de interesse para a Unidade de Conservação (UC), pois está no entorno imediato. Tanto é que, ela informa, há a proposta de criação de um parque nacional marinho englobando todo a região. Desde 2007 a Estação Ecológica vem agregando pesquisadores de ambientes marinhos e terrestres para o intercâmbio de conhecimentos a fim de subsidiar, entre outras medidas como plano de manejo, a criação desse parque.

Serviço:

O IX Congresso de Ecologia do Brasil e o III Congresso Latino Americano de Ecologia serão promovidos de 10 e 17 de setembro, em São Lourenço, Minas Gerais. Além da analista ambiental do ICMBio, Dra. Marli Penteado, também participarão dos eventos o Dr. Thomas Lovejoy, do Heinz Center, Estados Unidos, Dr. William Larance, do Smithsonian Tropical Research Institute, Panamá, Willian Magnuson, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, entre outros.

Para mais informações acesse www.seb-ecologia.org.br/ixceb
UC:Estação Ecológica

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