O Ministério do Meio Ambiente acaba de atualizar a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção. A nova lista, apresentada na quarta-feira (17), é um passo importante para a conservação: a anterior era de 2003 e, desde então, foram feitas muito mais pesquisas e descobertas. Como qualquer material sobre espécies ameaçadas, a nova lista tem muitas notícias ruins. Porém, há também as boas, sinais de que estamos melhorando em alguns setores. Separamos alguns pontos interessantes.
Primeiro, as boas notícias
Sabemos o status de conservação de mais espécies - O governo classificou a nova lista como "a maior avaliação de risco de extinção já feita no mundo". Pode ser exagero, mas o trabalho é realmente muito amplo. No levantamento anterior, pouco mais de mil espécies foram avaliadas. Desta vez, os pesquisadores analisaram mais de 12 mil. Além disso, foram avaliados 100% das aves, mamíferos, anfíbios e répteis brasileiros. Quanto mais a gente sabe sobre nossa fauna, melhor.
170 espécies saíram da lista - O trabalho apresenta alguns casos que deram certo: espécies que não estão mais ameaçadas por conta dos esforços de conservação. É o caso da baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae). Graças ao Parque de Abrolhos, na Bahia, e às medidas para proteger a espécie, a jubarte recuperou sua população, que hoje é de mais de 14 mil indivíduos. Outros casos positivos são o da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), do papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis) e da jaguatirica (Leopardus Pardalis).
Uma espécie não está mais extinta - Pesquisadores acreditavam que a formiga Simopelta minima estava extinta. Ela não era mais vista desde 1987. Em 2008, no entanto, biólogos encontraram a espécie em Viçosa, Minas Gerais. Mas mais estudos são necessários, e a formiga ficou classificada como "dados insuficientes". Duas espécies estavam identificadas como "extintas na natureza". O mutum-do-nordeste (Pauxi mitu) continua nesta categoria - ele só existe em cativeiro. Já no caso da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), os pesquisadores decidiram classificar como "criticamente em perigo, possivelmente extinta na natureza". Isso porque ainda há esperanças de encontrar a ararinha-azul em seu habitat natural, a Caatinga. Se não for encontrada, ela voltará à categoria "extinta na natureza".
Agora, as más notícias
10% das espécies estão ameaçadas - Das 12 mil espécies avaliadas, 1.173 estão ameaçadas de extinção. Isso significa que quase 10% da fauna e flora brasileira sofre algum tipo de ameaça. No caso da fauna, 73 espécies foram identificadas como "criticamente em perigo". Se nada for feito, elas podem desaparecer em pouquíssimo tempo. Muitas das espécies ameaçadas entraram na lista porque, até pouco tempo, ninguém sabia que elas existiam. É o caso do macaco-prego-galego. Ele foi descrito apenas em 2003, e seu habitat, a Mata Atlântica nordestina, sofre com desmatamento histórico.
Não sabemos nada sobre invertebrados - O Ministério do Meio Ambiente conseguiu avaliar 100% dos mamíferos ou das aves brasileiras. Já sobre os invertebrados, somos praticamente ignorantes. Apenas 3% dos invertebrados terrestres e 1% dos invertebrados aquáticos foram avaliados. Algumas pessoas podem pensar que os invertebrados não são tão relevantes quanto onças e araras. Mas você consegue imaginar um mundo sem borboletas ou abelhas?
Muitas espécies ameaçadas não têm um "lar" - O Brasil tem duas ferramentas importantes para proteger as espécies. Uma delas é o Plano de Ação Nacional (PAN) de cada espécie em perigo. Esse plano traça as medidas necessárias para evitar a extinção. A outra são as unidades de conservação. Espécies que habitam áreas protegidas ficam menos vulneráveis. O problema é que 20% da fauna ameaçada não tem plano de ação nem está presente em áreas protegidas. São essas espécies sem um lar protegido que correm mais risco.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/12/boas-e-mas-noticias-da-nova-lista-de-bespecies-ameacadas-de-extincaob.html
Biodiversidade:Geral
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