Auxílio financeiro para os manguezais

O Globo, Rio, p. 20 - 10/12/2010
Auxílio financeiro para os manguezais
Instituto federal e ONG lançam fundo para manter duas unidades de conservação

Cláudio Motta

Parte dos manguezais da Baía de Guanabara vai ganhar um reforço financeiro para a sua conservação. O Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio, órgão federal de gestão de unidades de conservação) e a ONG Fundação SOS Mata Atlântica lançaram oficialmente ontem o Fundo Guanabara. Os rendimentos dessa aplicação serão destinados à Estação Ecológica (Esec) da Guanabara e à Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim.
As duas unidades são contíguas e administradas pelo Instituto Chico Mendes. Além da preservação de uma grande área verde (a APA tem 138,25 quilômetros quadrados, sendo 44% manguezais), que se espalha por São Gonçalo, Itaboraí, Guapimirim e Magé, o dinheiro ajudará a manter um local que é base para pesquisadores, recebe projetos de estudo de animais, ecoturismo e cooperativas de artesanato, entre outros.
Em 2008, a SOS Mata Atlântica captou uma doação de US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,6 milhão). A maior parte do dinheiro foi colocada nesse fundo, que é considerado permanente, uma vez que apenas o rendimento líquido - já descontados a perda para a inflação e os impostos - poderá ser usado nas unidades de conservação. Hoje, o saldo é de R$ 1,773 milhão, e deverá crescer porque não há previsão de gastos em 2011. Portanto, todo o rendimento servirá para aumentar o fundo.
A ONG separou, além do valor inicial da aplicação, R$ 200 mil para obras de melhorias, como reforma da garagem de barcos e cercamento da sede na BR-493 (que serve tanto à APA quanto à Esec). A sede teve ainda seus sistemas de esgoto e de eletricidade reformados. Ainda há R$ 90 mil disponíveis, que serão usados para gastos durante o ano que vem.
Essa complementação financeira é fundamental por causa da burocracia do setor público. Há períodos em que não é possível obter verbas para pequenos reparos. Com o Fundo Guanabara, os gestores da APA e da Esec poderão cobrir pequenos gastos e manter as unidades de conservação em funcionamento.
- O fundo nos permite planejar melhor, ao longo do ano, nossas atividades, porque teremos garantida a regularidade de recursos - disse Breno Herrera Coelho, chefe da APA Guapimirim.
O presidente da SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, explica que esse é o segundo fundo feito em parceria com a ONG. O primeiro foi criado para destinar recursos ao atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e conta hoje com cerca de R$ 2,2 milhões. Há planos para que novos fundos sejam criados no Estado do Rio:
- São recursos para a manutenção de equipamentos que se degradam aos poucos. Outra vantagem é a agilidade do fundo, que não depende de licitação.
O Estado do Rio também deverá criar seu fundo perpétuo. De acordo com André Ilha, diretor de Biodiversidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), R$ 15 milhões de compensações ambientais serão usados, já em 2011 para a criação de uma aplicação para as 12 unidades de proteção integral do estado:
- Esse aporte é inicial. O fundo deve subir logo para R$ 25 milhões

O Globo, 10/12/2010, Rio, p. 20
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