Cenap visita Estação Ecológica de Taiamã após ataque de onça-pintada a pescador

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 11/07/2008
No final do mês de junho a Estação Ecológica de Taiamã, no Mato Grosso, recebeu o analista ambiental e biólogo do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (Cenap), Rogério Cunha de Paula, para entrevistar os envolvidos em um acidente ocorrido no último dia 24, quando uma onça-pintada (Panthera onca) atacou e matou um pescador na região do entorno da UC.

Está programada para o dia 18 de julho uma reunião em Cáceres com representantes da estação, do Cenap, dos Barcos Hotéis, da Prefeitura de Cáceres, da Colônia de pescadores e de outros segmentos da sociedade Cacerense, com o intuito de discutir e definir estratégias para a conservação do felino.

O pescador, Luiz Alex da Silva Lara, de 22 anos, estava dormindo em um acampamento a poucos quilômetros do encontro dos rios Bracinho e Paraguai, limite sul da estação, quando a onça-pintada atacou e o arrastou para o interior da mata. Segundo Rogério havia no local fezes antigas de onça, o que indica que o animal utilizava a região já a algum tempo.

Ele identificou também pegadas, que pelo tamanho pertenciam a um macho de grande porte. Rogério explicou que está praticamente descartada a hipótese de que as onças da região estejam mudando os hábitos alimentares para caçar o homem pela possível falta de presas naturais - recursos alimentares habituais da espécie.

O analista ambiental frisou que há registros de muitos outros locais onde a falta de alimento é ainda mais precária e, mesmo assim, a convivência de felinos de grande porte com o homem é pacífica. Uma das hipóteses seria a de que os animais estariam perdendo o temor de seres humanos.

Em muitos casos os turistas e pescadores provocam onças para conseguirem melhores fotos. "Pelo que o pessoal relatou, a onça chega perto do barranco e não foge para o mato. Estão perdendo o medo do ser humano. Estão se acostumando à presença deles. Os bichos estão perdendo a timidez", observou Rogério. Em outras regiões de ocorrência da espécie, os felinos costumam fugir da presença humana.

Os moradores de Cáceres estão preocupados com a possibilidade de novos ataques e avaliam até mesmo a possibilidade de caçar as onças para que mais tragédias sejam evitadas. Rogério diz que esta não é, definitivamente, a solução, mas que entende a preocupação dos moradores do local. "Esta é a primeira reação, de raiva, de ir ao mato e acabar com aquela ameaça".

O perigo de outros ataques existe e os pescadores que dependem do acampamento para o exercício da pesca devem tomar certos cuidados, como procurar locais mais descampados, acampar sempre em grupos e fazer barulho ao chegar, como soltar bombinhas, por exemplo, são medidas indicadas. Aparentemente não há perigo para os turistas que apenas passam pela região.
UC:Estação Ecológica

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