Conheça as riquezas naturais da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia

Portal Amazônia - http://portalamazonia.com - 14/10/2014
O Portal Amazônia visitou uma das mais de 60 unidades de conservação existentes em Rondônia; confira


Com uma área de 220 mil hectares, a Floresta Nacional do Jamari abrange os municípios de Itapuã do Oeste, Cujubim e Candeias do Jamary, em Rondônia. A unidade completa 30 anos em 2014 é de uso sustentável e a gestão é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O Portal Amazônia conheceu uma das mais de 60 unidades de conservação existentes em Rondônia. São 100 km de distância entre a capital de Rondônia e o município de Itapuã do Oeste, onde fica a entrada para a Flona. Depois de sair da BR-364, ainda é preciso percorrer uma estrada de cerca de 7 km. Cercada por uma variedade de espécies florestais, a equipe adentrou a Flona e se deparou com um cenário de natureza privilegiada.

A floresta é do tipo ombrófila densa onde são encontradas espécies como castanheiras e copaíba. Também é um refúgio para a fauna. Nela são encontradas onças-pintadas, antas e primatas, entre outras espécies. A flona também é cortada pelo rio Jacundá e possui lagos que surgiram a partir da mineração.

Plano de manejo

Conforme o Plano de Manejo existente desde 2005, a unidade é dividida em zonas. A zona de conservação- área que não pode ter nenhum tipo de exploração ou atividade humana- corresponde a aproximadamente 40% da Flona. A floresta também possui outras três zonas de manejos florestais. Nestas áreas é permitida a exploração florestal.

Também há as zonas de mineração onde é permitida a exploração. Já as zonas de uso público, apesar de estarem definidas ainda não são abertas para visitação devido à falta de um programa. Outra zona é a de exploração sustentável por população tradicional. Na unidade há apenas uma família que reside há mais de 60 anos.

Conservação

O analista ambiental, Samuel dos Santos Nienow, é um dos funcionários que trabalham em prol da conservação da floresta. ''Nós temos uma missão maior que a Flona do Jamary. Temos a missão de proporcionar a conservação da biodiversidade associada à inclusão social'', considera.

As principais demandas na unidade são de proteção e de licenciamento de atividades. ''Como ela é uma unidade de uso sustentável que prevê o uso dos seus recursos naturais de forma sustentável. Nós temos empresas que exploram os usos minerais e outras que exploram os recursos madeireiros. A gente trabalha para que essas atividades sejam realizadas em equilíbrio com a natureza'', explica Nienow.

Já quanto à proteção da área é realizado o trabalho de combate as tentativas de invasão para grilagem da terra, de atividade ilegal de exploração madeireira e mineral. O analista ambiental explica que a atividade mineral era executada na área antes da criação da unidade de conservação. As áreas abandonadas e degradadas somam 700 hectares que estão em avançado processo de recuperação.

Combater crimes ambientais dentro da unidade de conservação é um desafio. '' Os nossos limites não são limites naturais, não são rios, são limites secos, então é muito frequente recebermos denúncias e tem essa necessidade de fazer rondas para combater as tentativas de atividades ilegais'', afirma. Para este trabalho o ICMBio conta com a colaboração de pessoas que já reconhecem a importância da unidade e denunciam as interferências.

Monitoramento da biodiversidade

O programa de monitoramento da biodiversidade iniciou este ano na Floresta Nacional do Jamari. ''A gente usa alguns grupos indicadores como aves, mamíferos, borboletas frugívoras e espécies de plantas lenhosas. A gente vai acompanhar isso ao longo de muitos anos'', explica.

O trabalho vai permitir fazer um levantamento da riqueza encontrada na área e mostrar a importância da flona para a biodiversidade. ''É um programa piloto. Aqui no estado de Rondônia apenas a Floresta Nacional do Jamari executa esse monitoramento. Esse projeto demorou quatro anos para ser elaborado. A gente precisa ter dados para avaliar até que ponto nós estamos conseguindo proteger a biodiversidade. Outro ponto é descobrir como as alterações climáticas estão afetando a conservação da biodiversidade'', disse o analista ambiental.

O monitoramento será participativo. De acordo com o analista ambiental, o trabalho envolverá as instituições de pesquisas e ensino e a população do entorno da unidade. ''Isso vai permitir que essas pessoas percebam a importância da unidade e como as atividades delas influenciam na flona'', afirma.

Confira na reportagem desta quarta-feira (15), um tour realizado nas zonas de uso público e de exploração sustentável na Floresta Nacional do Jamari, criada em setembro de 1984.



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