CRAM hospeda albatrozes encontrados na praia

www.jornalagora.com.br - 16/05/2008
O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), do Museu Oceanográfico da Furg, está abrigando dois albatrozes juvenis encontrados na beira da praia, na área do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no último sábado, por dois monitores ambientais, durante atividade de rotina. Os dois exemplares de albatroz-de-sobrancelha-negra (Thalassarche melanophris) estão em boas condições de saúde. Segundo os técnicos do Cram, apenas a plumagem está suja e sem a impermeabilização necessária.

Conforme o veterinário Rodolfo Pinho da Silva, do Centro de Recuperação de Animais Marinhos, eles estão recebendo alimentação e serão mantidos em observação no local até que a plumagem esteja bem organizada. Ele acredita que em uma semana, aproximadamente, as duas aves já estejam em condições de serem reintroduzidas em seu habitat. Essa espécie, comum do hemisfério sul, que chega a alcançar quase três metros de envergadura, está na lista de espécies ameaçadas de extinção (categoria Em Perigo na lista da International Union for Conservation of Nature - IUCN).

A chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, bióloga Maria Tereza Queiroz Melo, acredita que as aves chegaram ao litoral trazidas pelo ciclone extratropical que atingiu a região sul do País no início do mês. Ela diz que estas mudanças climáticas repentinas e intensas os deixam confusos, alterando as correntes quentes de ar que usam para alçar vôo. "Os albatrozes vivem em alto-mar cerca de 30 anos, sem pousar em terra firme", observou.

Ela cita, entre outras, cinco características biológicas que colocam estas aves em destaque nas medidas conservacionistas para a preservação da biodiversidade: são monogâmicas - um casal para toda a vida; reproduzem pela primeira vez aos sete anos de idade; colocam somente um ovo por vez; vivem somente em alto-mar, alimentando-se de peixes e crustáceos, sendo freqüentemente capturados pelas redes de pesca dos barcos pesqueiros, e chegam a costa brasileira em busca de alimentos. Quando não conseguem voltar, chegam à praia sem condições de retorno devido à necessidade de fortes correntes de vento quente para alçar vôo.
UC:Parque

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