Desmatamento e Estradas em Reserva

O Globo - 12/08/2004
Empresa derrubou cinco mil hectares de floresta em área protegida de Rondônia

O Ibama e a Polícia Ambiental de Rondônia apreenderam 20 mil metros cúbicos de madeira nobre que era explorada clandestinamente na reserva biológica do Jaru, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso. A empresa Condor, autuada por crime ambiental, pertence a uma tradicional família do município de Ji-Paraná, em Rondônia. A empresa abriu 200 quilômetros de estradas no meio da mata e derrubou pelo menos cinco mil hectares de floresta.

Madeira seria vendida na Europa e na China
A madeira, avaliada em cerca de R$5 milhões, seria vendida a países da Europa e para a China. A empresa pertence à família Coletto, mas estava sob a fachada de uma empresa laranja, a Gasparotto. Ao tentar chegar à reserva, os fiscais do Ibama foram atacados por nove motoqueiros encapuzados. No local foram encontrados tratores, uma serraria em funcionamento, máquinas pesadas, um posto de gasolina e até uma pista de pouso. O Ibama também recolheu quatro armas.
O Ibama aplicou multa de R$5,5 milhões pela exploração clandestina e mais R$5,5 milhões por danos ambientais. A exploração vinha ocorrendo há um ano, mas só há um mês o estrago foi detectado pelo Ibama, por meio de imagens de satélite. Dois rios que circundam a reserva foram seriamente afetados com o assoreamento causado pela abertura das estradas.
"É uma área de difícil acesso, cercada por grandes fazendas, por isso demoramos a perceber o crime ambiental", disse o gerente do Ibama em Rondônia, Valmir de Jesus.

Empresa da família já fora autuada pelo Ibama
Não é a primeira vez que a família Coletto se vê envolvida em denúncias ambientais. Em Ji-Paraná, a família é conhecida por invadir reservas ambientais, principalmente indígenas. No início do ano o Ibama autuou a empresa após invasão à reserva indígena dos Pacaás Novos.
UC:Reserva Biológica

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