Elas são como oásis no sertão

Diário do Nordeste - http://diariodonordeste.globo.com - 27/06/2010
Durante 20 dias, em dois períodos distintos, percorremos as paisagens do Ceará para lançar outros olhares sobre a natureza, por vezes relegada a segundo plano em nossas vidas excessivamente informatizadas. Hoje termina a série, que pode ser vista na íntegra no www.diariodonordeste.com.br .

Disposição não faltou. O que faltou, em alguns momentos, foi fôlego. Por isso um aviso: preparo físico é requisito básico. Ademais, é bom ir de mente aberta para vivenciar situações adversas, como pernoites no meio do mato.

Nós, do Diário do Nordeste, acompanhados pela equipe da TV Diário, começamos nossa aventura pelo litoral, lá no extremo oeste do Ceará, em duas ilhas que guardam muitas belezas, mistérios e paz, além de servirem como suporte para a vida de diversas espécies, como o ameaçado de extinção peixe-boi-marinho e as aves migratórias que buscam climas mais amenos que o rigoroso inverno do Hemisfério Norte, no segundo semestre.

Depois rumamos para o sertão, que abriga a nossa mutante Caatinga, capaz de se adaptar com desenvoltura a temporadas chuvosas e longos períodos secos. Nos aventuramos pela Serra das Almas, rodeados de histórias assombradas e uma riqueza de espécies, vegetais e animais.

Andamos também pelos famosos monólitos quixadaenses, que ocultam raras belezas, como o bacurauzinho-da-caatinga, que quase desaparece entre as rochas para se defender do ataque de predadores, tamanha a semelhança da sua plumagem com o ambiente pedregoso que o cerca.

Agora chegamos a regiões ímpares em nosso Estado que, por suas características climáticas, abrigam matas verdejantes o ano inteirinho. Esses enclaves de Mata Atlântica em pleno semiárido nordestino são como oásis a tingir de verde a imensa depressão sertaneja, atraindo visitantes nacionais e internacionais que buscam contato mais aproximado com a natureza.

Os birdwatchers (observadores de aves) já descobriram nossos pássaros mais raros e estão cada vez mais presentes a apreciar essa riqueza por meio das lentes de binóculos, lunetas e câmeras superpotentes. Nada mais que isso. É uma atividade contemplativa que, além de gerar renda local, ajuda a difundir a necessidade de preservar o equilíbrio ambiental para o bem de todos, inclusive dos seres humanos que habitam estas terras.

Na Floresta Nacional do Araripe, tivemos o privilégio de observar o famoso soldadinho-do-araripe, espécie que só existe em algumas das muitas nascentes que garantem o sustento da grande população que habita a Região Metropolitana do Cariri.

Na Serra de Ubatuba, entre Granja e Viçosa do Ceará, tivemos o nosso maior desafio de resistência física, mas fomos recompensados ao pisar em locais onde poucos seres humanos já estiveram e conhecer paisagens bem diferentes daquelas com as quais estamos familiarizados.

Em Guaramiranga, conhecida por todos pelo clima ameno e pelas belas flores, entramos nas trilhas para observar aves, como fazem centenas de estrangeiros que visitam nossas terras.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=805703
UC:Floresta

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Araripe-Apodi
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.