Estação Ecológica Raso da Catarina conclui cursos de capacitação oferecidos às comunidades do entorno da unidade

www.icmbio.gov.br - 11/01/2010
Mais de 656 moradores de 32 comunidades rurais foram capacitados, em dezembro de 2009, no último módulo de uma série de cursos de capacitação oferecidos às comunidades do entorno da Estação Ecológica (Esec) do Raso da Catarina, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade localizada no estado da Bahia.

Os moradores, residentes dos municípios de Jeremoabo, Paulo Afonso, Santa Brígida e Canudos e Euclides da Cunha, situados no entorno imediato da Esec, foram capacitados em atividades produtivas adaptadas às realidades locais. Também foram capacitadas 131 pessoas como agentes replicadores de conhecimentos acerca da convivência harmônica com a natureza em meio ao clima semi-árido.

Estes cursos fazem parte de um projeto voltado para a busca de alternativas econômicas sustentáveis na Caatinga, visando a qualificação de habitantes de áreas rurais de modo que promova a geração de renda e a conservação dos recursos naturais.

A idéia é que eles possam usar de forma sustentável e mais eficiente estes recursos naturais e culturais típicos da região, uma das mais pobres do Brasil, de forma a melhorar sua qualidade de vida e conseqüentemente reduzir a pressão humana sobre a Estação Ecológica, e principalmente a caça e a captura de espécies ameaçadas de extinção como a arara-azul-de-Lear.

As atividades de capacitação foram realizadas através de aulas teóricas seguidas invariavelmente por aulas práticas, de modo a proporcionar ampla possibilidade de vivência das atividades por parte dos alunos, facilitando o processo de aprendizagem.

Os conteúdos abordados foram divididos em módulos, sendo cada módulo ofertado em um sistema de rodízio para atender a todas as comunidades beneficiadas num único período de oferta da capacitação. Os módulos tiveram a duração de 8 h/aula e contemplaram os principais pontos relativos aos temas apresentados.

Foram ministrados oito módulos, conforme o tipo de atividade econômica, ensinadas técnicas de aperfeiçoamento para confecção de artesanato com barro; confecção de artesanato com produtos da palmeira Licuri; capacitação em alternativas agropecuárias adaptadas à Caatinga; capacitação em caprino-ovinocultura adaptada; avicultura doméstica; apicultura, beneficiamento de laticínios e de carne bovina, caprina e suína.

"Com a capacitação, são criadas condições para que as pessoas possam obter uma renda maior e melhorar sua qualidade de vida, o que certamente terá impacto direto na preservação do meio ambiente e uma diminuição considerável na utilização dos recursos naturais da Esec", disse Inês de Fátima Oliveira Dias, da Coordenação de Visitação e Negócios da Diretoria de Unidades de Conservação e Proteção Integral (Direp), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atuou como coordenadora geral do projeto pelo Instituto.

Os cursos foram coordenados em campo por pesquisadores e instrutores da Ong Eco, Kilma Manso e Débora Laet Freire, com o apoio operacional da equipe da Estação Ecológica Raso da Catarina e apoio financeiro do Projeto Proecos/PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), com recursos do Programa de Revitalização do Rio São Francisco, do Ministério do Meio Ambiente.

"Encontramos excelentes parceiros, sem os quais estes cursos não aconteceriam, cuja coordenação de campo e as informações ministradas, resultado de compromissos pessoais, foram fundamentais na execução direta das capacitações", destacou Inês de Fátima.

Inês ressaltou ainda a forma como foram feitas as abordagens. Os cursos foram ministrados no próprio local de moradia das pessoas. Os instrutores iam de comunidade em comunidade, onde ficavam alguns dias dando as aulas.

"Em vez de tirá-los do seu lugar de origem, fomos convidá-los a participar dos cursos que foram anteriormente identificados como necessários pelas próprias comunidades. Essa experiência de capacitação em seus locais de origem permite um melhor aprendizado, além de possibilitar a participação de todas as pessoas que se interessarem permitindo assim uma participação ampla e irrestrita onde as pessoas receberam as informações e poderão aplicá-las diretamente na realidade em que vivem, no seu dia-a-dia", disse Inês.

Ela enfatizou também, que considera impressionante o número de pessoas capacitadas, mais de 600 pessoas, em um único projeto voltado para comunidades rurais extremamente carentes algo que ainda não havia visto por ela durante seus 25 anos de serviço na área ambiental.
UC:Estação Ecológica

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