Estudo mostra área de recifes 2 vezes maior

OESP, Vida, p. A20 - 09/07/2008
Estudo mostra área de recifes 2 vezes maior
Banco conhecido já é o maior do Atlântico Sul

Herton Escobar

A cobertura de recifes de coral do Banco de Abrolhos, que já é a maior do Atlântico Sul, pode ser até duas vezes mais extensa do que se conhece hoje. Isso é o que indica um estudo divulgado ontem por pesquisadores da organização Conservação Internacional (CI) e duas universidades federais, do Espírito Santo (UFES) e da Bahia (UFBA).

O grupo está mapeando o leito do banco (uma área de 46 mil quilômetros quadrados que se estende do litoral da Bahia e do Espírito Santo até o limite da plataforma continental) com um sonar de varredura lateral, instrumento que produz imagens tridimensionais e permite enxergar estruturas mais profundas, abaixo de 20 metros, que não aparecem nas imagens de satélite. Os resultados são preliminares, mas já indicam uma concentração de estruturas recifais muito maior do que se pensava.

A cobertura já mapeada de recifes no banco - limitada às áreas mais rasas - é de aproximadamente 300 km2. "Nossa expectativa é que a nova área será pelo menos o dobro disso", afirma Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da CI, que apresentou os dados ontem, em uma conferência na Flórida.

Os novos recifes estão fora da área do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, mas podem conter até sete vezes mais peixes do que as áreas mais protegidas do banco, segundo Dutra. "Sem dúvida há a necessidade de proteger mais áreas", diz. "Esses recifes são extremamente importantes para a manutenção dos estoques de peixe nas áreas mais rasas, onde ocorre a pesca artesanal."

Os recifes mais profundos estão a 60 metros de profundidade, segundo o geólogo Alex Bastos, da UFES. "Estamos vendo uma variedade muito grande de formações, desde aglomerados isolados até estruturas de grande porte", diz.

A localização exata dos recifes está sendo mantida em sigilo, por enquanto, para evitar que pescadores comerciais se aproveitem delas.

Os cientistas sabem que os locais estão repletos de peixes, mas não conhecem ainda a diversidade de espécies - nem dos peixes nem dos corais. Isso será estudado em uma segunda etapa, com base em imagens feitas com um robô submarino do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo.

OESP, 09/07/2008, Vida, p. A20
UC:Parque

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Marinho dos Abrolhos
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.