Expedição ao Rio Apuaú mostra que limites de Anavilhanas estão bem conservados

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 09/12/2009
Pela primeira vez uma equipe de servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atua no Parque Nacional (Parna) de Anavilhanas, Amazonas, realizou expedição para fazer o reconhecimento de áreas limítrofes da unidade de conservação. Os cinco analistas ambientais que participaram do trabalho percorreram 120 quilômetros, quase toda a extensão do Rio Apuaú, para registrar e formalizar por meio de GPS os limites do Parna, fiscalizar a área, notificar irregularidades e assinalar o seu estado de conservação.

Na viagem, realizada entre 9 e 13 de novembro, eles descobriram que o rio Apuaú, que desagua na margem esquerda do rio Negro e em cuja foz há uma base do ICMBio, é pouco usado por pescadores e caçadores ilegais, mas constataram que a região é muito visitada por turistas. "Registramos apenas dois ou três vestígios de acampamentos, um número bastante reduzido para os rios da região", disse o chefe-substituto do parque, Hueliton da Silveira Ferreira, que participou da expedição. Ele informou que foram avistados animais, como antas, jacarés, ariranhas, muitos peixes, pegadas de onça e, entre a beleza natural da região, viram velhos acampamentos.

Eles verificaram a existência de apenas três moradores em áreas situadas no curso mais alto do rio Apuaú. Um dos moradores mora numa casa flutuante, cujo proprietário é um advogado que reside em Manaus. Outro, tem família e casa em Novo Airão, mas é proprietário de uma área nas margens do rio Apuaú. Ele está, segundo Ferreira, pleiteando licença ambiental para a criação de peixe em cativeiro, além de manter uma pequena plantação.

O terceiro morador também tem casa em Novo Airão, mas trabalha como caseiro e reside num sítio que pertence a uma fundação que atua na região. Ferreira disse que a equipe observou a existência de várias placas dessa fundação ao longo do rio Apuaú e afirma que, de acordo com informações coletadas entre os moradores, ela é proprietária de terras na região, incluindo uma área de igarapé que fica dentro do Parna Anavilhanas. Durante a fiscalização, a equipe não encontrou o caseiro no sítio dessa instituição.

O balanço do trabalho é positivo e, na avaliação do chefe substituto, indica que a região é praticamente virgem, contudo precisa de fiscalização. Os poucos moradores que vivem na área informaram que não há nenhum ramal (espécie de estrada vicinal) oriundo da BR-174, estrada que liga Manaus-AM a Boa Vista-RR. Essa estrada fica a 50 quilômetros da área até onde a expedição chegou. "Descobrimos que existem duas cachoeiras lindas. Trechos do rio com paredões de rochas. Igarapés de águas cristalinas, entre outros atributos naturais da área", disse Ferreira.

As informações coletadas durante a viagem serão usadas em várias ações da unidade, sobretudo, nas de monitoramento e de proteção do limite da unidade, delineado pelo Rio Apuaú, uma vez que ele fornece informações sobre as condições de navegação do rio na época de seca, locais para acampamento, igarapés, casas de moradores, cachoeiras, trechos do rio com árvores caídas, pouca profundidade, fundo rochoso, tendo em vista o perigo de danificar as hélices dos motores de popa.

A viagem começou em Novo Airão, cidade onde se situa a sede do Parna. Entre a ida e a volta, foram percorridos, ao todo, 240 quilômetros, somente por via fluvial. A equipe usou dois motores de popa de 15 HP porque, segundo Ferreira, "nessa época do ano, a água do rio Apuaú está no nível mais baixo por causa da seca. "Somente esses motores são capazes de permitir o acesso à região, uma vez que são mais leves, mais fáceis de manobrar, e, assim, facilitam a transposição de obstáculos como trechos de pouca profundidade e troncos de árvores e galhos caídos no leito do rio, em alguns casos, de uma margem à outra.
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