Extração de areia está destruindo praia de comunidade de Iranduba, dizem moradores

http://acritica.uol.com.br - 18/02/2011
A comunidade Açutuba, no município de Iranduba (a 27,07 quilômetros de Manaus), já perdeu grandes extensões de praia desde que a extração de areia foi retomada na área, no início deste ano.

Até a semana passada, uma grande carga foi retirada da praia da comunidade, deixando "crateras" na área.

O processo de licenciamento ambiental e minerário da atividade, contudo, está rodeado de informações desencontradas.

Preocupados com a grande quantidade de embarcações e dragas identificados em janeiro passado, moradores denunciaram o caso ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), mas foram surpreendidos com a informação de que a empresa Mosaico Engenharia e Comércio Ltda teria autorização para extrair 745 mil e 500 metros cúbicos de areia de uma área de 4,97 hectares.

A empresa Mosaico, detentora dos licenciamentos, afirma que não foi ela a responsável pela extração de areia denunciada pelos moradores de Açutuba.

A Mosaico é a empresa responsável pela execução da obra de urbanização e revitalização do Complexo da Ponta Negra. A areia extraída teria como destino justamente esta obra

Já a assessoria de imprensa do Ipaam informou que a Mosaico possuía, de fato, os licenciamentos desde o dia 20 de janeiro, mas que eles foram suspensos no último dia 8.

O Ipaam, segundo a assessoria, "reanalisou o caso e recomendou à empresa outra alternativa de exploração de areia, onde não ocorra grandes impactos ambientais e comunitários e tenha justificativa locacional e econômica".

Segundo o Ipaam, vistoria feita na área da extração identificou a presença de equipamentos da Mosaico a 150 metros da divisa de Iranduba, nas proximidades da praia de Açatuba, a cinco quilômetros do Parque Nacional de Anavilhanas.

Devido aos impactos na praia, a licença foi suspensa.

Negativa

Procurado pela reportagem do acritica.com, o proprietário da Mosaico, Jair Sotto, negou que sua empresa estava efetuado a extração na praia.

Sotto afirmou que "abortou" a atividade e que pediu um novo licenciamento, já autorizado pelo Ipaam, desta vez no município de Iranduba.

A assessoria do Ipaam disse que a nova licença, expedida no último dia 11, refere-se a uma área no centro do rio Solimões, longe da margem, para não causar impactos nas comunidades.

Confusão

A confusão em torno dos licenciamentos ambiental e minerário - este expedido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) - também envolve a área onde deveria ocorrer a lavra.

No licenciamento anterior Mosaico é autorizada a fazer a extração no leito do rio Negro, em Manaus.

No entanto, a comunidade Açutuba faz parte da jurisdição de Iranduba. Sem falar no fato de que a extração estava ocorrendo em plena praia, e não no leito.

Um morador de Açutuba, que pediu para não ter seu nome identificado, explicou que "o roubo de areia" acontece há muito tempo na comunidade.

"Na semana passada, o Policiamento Ambiental apareceu lá, após denúncias, mas quando estava fazendo a apreensão, o Ipaam disse que tudo era legal e ainda autorizou que a carga de areia, que era grande, fosse levada", afirmou o morador.

Segundo ele, as embarcações seguiram para o Parque de Anavilhanas, para continuar a retirada de areia.

A assessoria de imprensa do Ipaam informou que a suspensão do licenciamento no rio Negro também se aplica ao entorno de Anavilhas e que, se a empresa está realizando a extração, isto está ocorrendo ilegalmente.


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