Nos anos de 2009 e 2010 a Embrapa Amapá coordenou um trabalho de mapeamento de 17 castanhais da Reserva Extrativista Rio Cajari (Resex-CA), por meio de um projeto integrando ações de pesquisa, ensino e extensão e envolvendo pesquisadores, estudantes de nível técnico e de graduação e produtores extrativistas. Os mapas serão apresentados e entregues aos extrativistas das respectivas localidades pesquisadas, na tarde desta quarta-feira, 5, no auditório do prédio de transferência de tecnologias da Embrapa Amapá. A apresentação faz parte da programação da Iª Oficina de Planejamento Estratégico Projeto Carbono Cajari - Comunidade e Agroextrativismo da Castanha na Resex-CA, que acontece de 3 a 8 deste mês, no Centro Diocesano de Macapá.
De acordo com o pesquisador Marcelino Guedes, da Embrapa Amapá, o encontro entre os extrativistas e técnicos das instituições parceiras que viabilizaram os mapas, servirá para analisar o trabalho desenvolvido na primeira fase do mapeamento. Será verificado o que funcionou bem e os pontos fracos que precisam ser melhorados para a execução da próxima fase, que envolverá o mapeamento de todos os castanhais da Resex na região do Alto Cajari.
Os mapas mostram as necessidades de infraestrutura, recomendações de práticas de manejo e educação ambiental. Realizado em caráter experimental, o resultado do trabalho de mapeamento dos castanhais permitiu o conhecimento sobre o padrão de distribuição geográfica das castanheiras e da variação entre as classes de produção das árvores em diferentes ambientes. A continuidade deste levantamento é uma das atividades do Projeto Carbono Cajari, financiado pelo Programa Petrobras Ambiental, que pretende realizar o mapeamento de mais 300 castanhais, a fim de quantificar a produção e o potencial das emissões evitadas.
O Projeto Carbono Cajari é proposto pela Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Reserva Cajari (Astex-CA) e tem como instituições parceiras a Associação de Mulheres do Alto Cajari (AMAC), Cooperativa Mista dos Trabalhadores Agroextrativistas do Alto Cajari (COOPERALCA), Embrapa Amapá, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Escola Família Agroextrativista do Maracá (EFAEXMA), Escola Família Agroextrativista do Carvão (EFAC) e Conselho Nacional das Populações Tradicionais (CNS).
Com duração prevista de dois anos, a partir de setembro de 2011, o Projeto Carbono Cajari tem como objetivo geral atuar junto com as comunidades locais tradicionais da Resex do Rio Cajari, a fixação de carbono e emissões evitadas pela conservação das florestas e da biodiversidade associada ao bioma amazônico, contribuindo no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. As ações abrangem 13 comunidades nos municípios de Laranjal do Jari e Mazagão. A Resex do Rio Cajari foi criada em 1990 e tem objetivos básicos de proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais em uma área de 501.771,1014 hectares.
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