Falta de chuvas alimenta incêndios nas matas

O Globo, Rio, p. 20 - 28/08/2007
Falta de chuvas alimenta incêndios nas matas
Só no Parque de Itatiaia, 1,3 mil hectares já foram destruídos pelas chamas; tempo deve ficar estável até dia 10

Tulio Brandão

A falta de chuvas significativas nas serras fluminenses, que chegou hoje a 30 dias, transformou o verde de parques, áreas de proteção ambiental (APAs) e reservas em fogo. As chamas consumiram 1,3 mil hectares do Parque Nacional de Itatiaia - o equivalente a cerca de 5% de toda a unidade de conservação - mas, de acordo com o Ibama, os focos já foram contidos. No Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o incêndio, ainda sem controle, já destruiu 78 hectares de área protegida. A unidade foi fechada à visitação, por medida de segurança. Na APA estadual do Jacarandá, em Teresópolis, o fogo já consumiu 50 hectares de mata. Também há focos de incêndio no Parque Estadual do Desengano, no Norte Fluminense, e na Reserva Biológica de Poço das Antas, entre Silva Jardim e Casimiro de Abreu.

E, de acordo com o Instituto Climatempo, as perspectivas de ajuda dos céus não são boas: apesar de a Região Sudeste estar sob a influência de uma frente fria, deve chover menos de cinco milímetros na madrugada de hoje e ainda menos amanhã e quinta-feira.
A partir de sexta, a previsão do instituto é de tempo estável, pelo menos até o dia 10.

- Antes disso, não há previsão de chuva volumosa. Na verdade, a situação só melhora mesmo no fim de setembro - disse o meteorologista do Climatempo André Madeira.

Secretário anuncia a criação de uma força-tarefa
Ele explicou que o chuvisco, por vir acompanhado de vento, não deve surtir efeito.

- O vento, que espalha as chamas, atrapalha mais do que uma chuvinha de cinco milímetros ajuda.

Na luta contra a seca, o superintendente regional do Ibama, Rogério Rocco, pediu ajuda até das Forças Armadas.

- Tivemos um desgaste muito grande combatendo por dias os focos de incêndio no Parque de Itatiaia. Ainda nem acabamos o trabalho nessa unidade e surgiram quatro focos na Região Serrana.

A presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Yara Valverde, disse que nenhum dos incêndios em unidades estaduais está controlado: - O pior é que, em algumas áreas queimadas, há espécies endêmicas ameaçadas de extinção. O prejuízo é enorme.

A situação chegou a um ponto tão crítico que o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, marcou para hoje uma reunião de emergência com o IEF, o Ibama, o Corpo de Bombeiros e as Forças Armadas, para tentar conter os incêndios espalhados pelo estado: - Criaremos uma força-tarefa para impedir que as matas do Rio tostem - disse Minc.

O Globo, 28/08/2007, Rio, p. 20
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