Famílias de Reserva Extrativista em Rondônia recebem créditos

Ministério do Desenvolvimento Agrário - 10/04/2007
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), através de suas linhas de crédito específicas, tem melhorado as condições de vida dos moradores da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, localizada a 130 quilômetros de Porto Velho (RO). Desde 2004, as famílias tiveram acesso à linha A do programa e financiaram a compra de canoas, motores, roçadeiras, caixas d'água, kits para casa de farinha, entre outros. Já no final do ano passado, além desse financiamento, os moradores também foram contemplados pela linha A/C (para plantação de mandioca). Um total de R$ 195 mil foi distribuído entre 19 famílias de trabalhadores rurais só em 2006.

O Pronaf tem mudado a vida de quem tá investindo certo, revela Hailton Alves Lopes, morador da comunidade Silva Lopes Araújo, uma das quatro que fazem parte da reserva. Para essas pessoas, que vivem do extrativismo de castanha e açaí, da pesca e da fabricação artesanal de farinha, o crédito é a única chance de investir e conseguir mais vantagem no comércio. Antes eu trabalhava mais para atravessador do que para mim mesmo. Peguei o crédito no ano passado e já melhorou o que eu ganho, diz Zacarias Souza Santos.

Primeiro, o teto

Antes de ter esses projetos, quem tinha casa de telha? Era só de palha, e quando chovia tinha que sair correndo. E quem ia mudar isso só com o dinheiro da pesca? Vixe, mudou muito, afirma, emocionada, Maria Domingas Felipe dos Santos, mãe de 11 filhos e avó de 9 crianças, ao falar sobre as primeiras transformações que os créditos trouxeram às comunidades.

Moradora antiga, ela lembra que os primeiros créditos, para apoio e habitação, foram liberados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2002. Naquele ano, os moradores da reserva foram reconhecidos como beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária. Sob a responsabilidade do Incra, a primeira ação foi a liberação do dinheiro para reforma ou construção de moradias, que beneficiou 108 pessoas. Fiz a casa de alvenaria, pus cerâmica...antigamente não era assim, confirma Francisco Luiz de Souza.

Mais recursos

Se depender da vontade dos moradores, novos investimentos não vão parar de chegar. Eu já mandei tirar cópia dos documentos, diz Alfredo Gomes, esperando o financiamento desse ano. E não vai demorar. Segundo Clebio Lima Barreto, técnico da Assessoria Técnica, Social e Ambiental (Ates) que cuida da aplicação do Pronaf na reserva, mais dinheiro virá a partir de abril.

Gilberto Raposo, presidente da Associação dos Moradores da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã (Asmocun), resume a importância social desses investimentos. É bom porque as pessoas podem fazer o que gostam e o que sabem que dá certo. Ou seja, investir na atividade tradicional dos povos da floresta significa garantir a vida digna no local, a conservação da vegetação e inibir a migração do campo para a cidade. É o exemplo de Domingas. Minha filha foi para Porto Velho e o marido está desempregado. Com o crédito, vão voltar a morar aqui.
UC:Reserva Extrativista

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