Ferrovia indenizará área de proteção ambiental por vazamento de óleo

O Globo, Rio, p. 26 - 28/09/2007
Ferrovia indenizará área de proteção ambiental por vazamento de óleo
Guapimirim ganhará embarcações e torre de observação de incêndios

Tulio Brandão

Um final feliz para uma tragédia ambiental. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e a Estação Ecológica (Esec) da Guanabara vão receber R$ 2,1 milhões de compensação ambiental pelo vazamento, em abril de 2005, de mais de 60 mil litros de óleo diesel de um trem da Ferrovia Centro Atlântica, no Rio Caceribu, que afetou várias espécies da região. O acordo foi feito em agosto, através da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta elaborado pelo Ministério Público federal, depois que pesquisadores da PUC, da Uerj e da Universidade de São Paulo (USP) constataram que não havia mais indícios de contaminação na região. A perícia do MP confirmou o estudo.
O gerente da APA de Guapimirim, Breno Herrera, disse que a verba será utilizada para equipar as unidades. Estão previstas a construção de uma torre de observação de incêndios, a colocação de sinalização náutica nos rios e na Baía de Guanabara, a compra de embarcações e veículos e até a elaboração de um plano de manejo para a Esec Guanabara.

- Os pesquisadores que detectaram que não havia mais contaminação aprofundarão os trabalhos no local. A verba é importante na gestão das unidades - disse Breno.
Ibama liberta 129 aves e uma capivara
O vazamento foi causado pelo tombamento de um trem na altura de Porto das Caixas, em Itaboraí. O combustível vazou pelo Rio Caceribu e logo alcançou a Baía de Guanabara, afetando peixes e outros animais. A captura de caranguejos e a pesca foram suspensas devido ao risco de contaminação.

Ontem, a APA de Guapimirim ganhou novos moradores.O Ibama soltou na área de manguezal da unidade de conservação 129 aves de seis espécies e uma capivara. Os animais estavam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do órgão federal, que fica em Seropédica.
- É um presente para a APA, que fez 23 anos na última terça-feira. Soltamos canários-da-terra, sanhaços, coleiros e sabiás-da-praia, entre outros.
Apenas um deles não levantou vôo, mas já estamos cuidando para que ele se restabeleça. Já a capivara foi solta numa área de transição de manguezal e de alagados, perto de uma área onde alguns espécimes foram observados recentemente. Amanhã, um araçari será solto na área de serra do Rio. Escolhemos esses locais por serem adequados e por serem fiscalizados permanentemente - disse Breno.

Na APA de Guapimirim e na Esec Guanabara, já foram registradas 172 espécies de aves e seis de mamíferos, entre os quais a capivara. Os animais soltos ontem foram encaminhados no dia 16 de setembro ao centro de triagem.
Maioria dos animais foi apreendida em cativeiro
O coordenador do Cetas de Seropédica, Luiz Fernando Duarte Soares, disse que esta foi a primeira grande soltura de animais do ano. A maior parte dos espécimes que ainda está no centro de triagem não deve mais ser libertada.

- Dos 800 animais que temos atualmente, 600 foram apreendidos em cativeiro. Portanto, não podem mais ser soltos. Os outros 200 estão sendo reabilitados. São casos, por exemplo, de aves com asas cortadas. Essas serão soltas em lotes menores, provavelmente na Região Serrana do Rio, numa área entre Volta Redonda e Nova Friburgo.

O Cetas pode ter que abandonar a sede da Floresta Nacional Mário Xavier, em Seropédica. O Arco Rodoviário do Estado do Rio passa pelo local.

O Globo, 28/09/2007, Rio, p. 26
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