Fogo consome áreas da Floresta Nacional

CB, Cidades, p. 25 - 28/07/2006
Fogo consome áreas da Floresta Nacional
Bombeiros e Ibama calculam que foram destruídos 20 hectares da vegetação do parque, próximo à rodovia de acesso a Brazlândia

Ary Filgueira
Da equipe do Correio

Não chove há mais de um mês. A última chuva significativa foi no dia 15 de maio, com um índice pluviométrico de 13,4mm. No domingo, quando a umidade relativa do ar bateu na casa dos 25%, os termômetros marcavam 26o C. De lá para cá, o clima não pára de aquecer. Ontem, chegou à marca de 30%, medida pelo Instituto Nacional Meteorologia (Inmet) no período mais quente do dia, por volta das 15h. O Batalhão de Incêndios Florestais chegou a ser acionado mais de 15 vezes para combater focos de incêndio.O maior consumiu uma área de 20 hectares da Floresta Nacional, o equivalente a 20 campos de futebol.

O fogo começou por volta das 8h. O estrago, porém, se limitou à altura do tronco das plantas. Devido ao tamanho dos vegetais, que chega a mais 20m, as chamas não alcançaram os galhos. O fogo, então, se alastrou pela vegetação rasteira. Com os ventos, as chamas formavam vários focos na área, o que dificultava o serviço dos bombeiros e da Brigada de Incêndio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Para se ter uma noção da voracidade com que se alastram os incêndios florestais, ontem, num período de 10 horas, o Corpo de Bombeiros fez atendimento na metade das 29 regiões administrativas do DF. No Gama, Samambaia, Sobradinho e São Sesbastião, os militares tiveram de voltar pelo menos uma vez. Até o início da noite, os carros equipados com bombas d'água e abafadores não paravam de circular atrás de focos de chamas.

Até o início da noite, o fogo ainda não havia sido totalmente debelado. O grupo do Ibama, formado por 25 brigadistas, se dividia para combater os focos com bombas costais, com até 20 litros de água, enxadas e rastelo. Os focos estavam espalhados pelas margens da DF-445, perto de Brazlândia. "Quando você pensa que debelou o fogo, ele surge em outro lugar, no meio das cinzas", explica a analista ambiental da Floresta Nacional Elda Vargas de Olveira.

Estiagem
O Instituto Nacional de Meteorologia prevê mais 45 dias de seca. Para os técnicos deve chover somente na segunda quinzena de setembro. A meteorologista Maria das Dores Azevedo, do Inmet, disse, também, que a temperatura deve aumentar nos próximos dias. O efeito inverso deve percorrer a umidade relativa do ar, que ontem estava em 29%. Não é a pior registrada no Distrito Federal. A marca histórica aconteceu em agosto de 2002, quando atingiu 10%. Em setembro de 2003, ela voltou a cair para 11%. Mesmo assim, o clima requer cuidados especiais. "Abaixo de 30% é considerado pela Organização Mundial de Saúde como sendo crítico ", explica Maria das Dores.

Para aliviar os sintomas, os especialistas dão dicas, como beber muita água, colocar vasilha de água ou estender toalha úmida no quarto, tomar pelo menos 2,5 litros de líquido por dia, evitar banhos muito quentes, usar protetor solar e não praticar exercícios físicos entre 11h e 15h.


Precauções

Não atire pontas de cigarros ou fósforos acesos às margens das rodovias;
Evite acender fogueiras;
Se precisar queimar uma área para fins agrícolas, consulte a Polícia Florestal;
Antes de colocar fogo em uma região específica, limite a área deixando sem vegetação uma margem com 4m de extensão para que as chamas não se alastrem;
Não jogue vidros ou garrafas no meio do mato;
Apague qualquer foco de incêndio nas proximidades de florestas e pastagens. Se o incêndio tiver pequenas proporções, abafe-o com terra ou use água.

CB, 28/07/2006, Cidades, p. 25
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