Governo mantém incentivos a extrativistas da Floresta Estadual do Paru

Agência Pará de Notícias - http://www.agenciapara.com.br/ - 24/04/2013
O Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor) dará continuidade à parceria no projeto Sistemas Agroflorestais (SAFs), para produção de curauá e extrativismo de castanha do Pará nas comunidades Cafezal e Arumanduba, no município de Almeirim, no oeste do Estado. A parceria foi reafirmada em reuniões realizadas em Almeirim nos dias 22 e 23 deste mês, com representantes da Prefeitura, Fundação Jari, Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará), Sindicato dos Trabalhadores Rurais e líderes comunitários das duas comunidades beneficiadas, que congregam cerca de 50 famílias de agricultores familiares.

O objetivo desse trabalho conjunto é promover a conservação da floresta e gerar trabalho e renda para comunidades tradicionais agroextrativistas, situadas no entorno da Floresta Estadual do Paru (Flota Paru).

A parceria, iniciada há dois anos, visa promover ações em diferentes campos, com destaque para a implantação de sistemas agroflorestais, melhoria na produção de castanha e geração de mais renda para moradores das comunidades Cafezal e Arumanduba.

Além de oferecer Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) aos produtores agroextrativistas, o trabalho conjunto pretende garantir a ampliação das parcerias estratégicas, que permitam expandir os benefícios sociais e econômicos para as comunidades participantes desta experiência de cooperação público-privada.

Impacto na renda - Segundo Rafael Almeida, da Fundação Jari, neste segundo ano do projeto as primeiras metas foram cumpridas, seguindo os sistemas de produção. Com isso, os benefícios tiveram impacto na renda das comunidades. "As metas foram realizadas de acordo com a realidade de cada comunidade, onde foram implantadas estruturas para as boas práticas da castanha, com a instalação de barracões e de secador; implantação das áreas de coleta de sementes (ACSs) e o cultivo do curauá nos SAFs, com as essências florestais e frutíferas. O valor do hectolitro da castanha chegou a cinco vezes mais do que o praticado antes do início do projeto, mostrando que com boas práticas, acesso a políticas públicas e organização da comunidade foi possível desenvolver esse projeto", contou.

Na área de capacitação, as famílias participaram dos cursos de sistemas agroflorestais (SAFs); de produção de mudas de açaí, e de cultivo, colheita e desfibramento de Curauá, além da participação no dia de campo sobre plantio e desenvolvimento de produtos derivados da castanha (biscoito).

Segundo Otacílio Silva, da comunidade Cafezal, o projeto envolve toda a comunidade no beneficiamento da castanha. "Estamos dispostos a fazer tudo para não perder esse trabalho em parceria com o governo do Estado, que tem o foco de produção e é muito rentável para a comunidade, pois já fomos procurados por empresas interessadas em comprar os produtos que desenvolvemos", contou.

Para Kleber Perotes, gerente da Diretoria de Desenvolvimento Florestal do Ideflor, o Estado reafirma o compromisso de prosseguir com a parceria, apoiando o projeto até que duas comunidades consigam ser multiplicadoras e referência para outras comunidades. "Estamos aqui para apoiá-los, para que trabalhem de forma organizada, com as boas práticas de manejo da castanha, e mostrando também como podem acessar outras fontes de recursos. Uma forma de valorizar e potencializar essas atividades é fortalecer as relações Institucionais, com a Emater, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Fundação Jari, a Prefeitura Municipal, os agentes financeiros, a Sociedade Alemã para Cooperação Internacional (GIZ) e, principalmente, com os mais interessados, que são as comunidades do município de Almeirim", frisou.

Segunda fase - Com a participação de representantes de instituições governamentais e não governamentais, empresas e comunidades agroextrativistas, o projeto entra agora na segunda fase, incluindo a análise e estruturação de cadeias produtivas baseadas no uso sustentável dos recursos da floresta.

O objetivo é criar condições que estimulem os produtores agroextrativistas e os pequenos empreendedores de forma planejada, melhorando os processos de produção e comercialização dos produtos e subprodutos da castanha, para que tenham garantia de mercado de forma integrada com os sistemas de produção tradicionais, e melhoria da segurança alimentar e nutricional das famílias.

Um exemplo positivo desta relação são os biscoitos fabricados nas comunidades, que estão sendo comercializados para a Prefeitura de Almeirim, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).



http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=122365
UC:Floresta

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Paru
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.