Grande parte das queimadas registradas no AM foram originadas em invasões

A Crítica - http://acritica.uol.com.br/ - 09/11/2015
Levantamento revelou que maior parte das queimadas na RMM não partiu da RDS Rio Negro, mas de invasões na AM-070


Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) analisados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) apontam que a maior parte dos incêndios nas florestas próximas a Manaus não partiu de comunidades ribeirinhas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, e sim de invasões em ramais próximos à estrada AM-070, que liga a capital a Iranduba e Manacapuru. Na RDS, entre os dias 1o de janeiro e 16 de outubro, 230 focos de incêndio foram registrados nestes ramais e apenas quatro em duas comunidades ribeirinhas, das 19 existentes.

A análise faz uma comparação entre os focos de calor na região da rodovia e os registrados em até 2 km de cada uma das comunidades que margeiam o Rio Negro, com base nos dados disponíveis publicamente no Portal do Monitoramento de Queimadas e Incêndios, do Inpe (www.inpe.br/queimadas).

Nessas comunidades vivem 1,9 mil pessoas beneficiadas pelo Programa Bolsa Floresta, que promove o engajamento dos ribeirinhos por meio de componentes que trazem benefícios sociais para as comunidades, apoio ao associativismo, além de atividades de produção e geração de renda. A adesão ao Programa requer o compromisso de utilizar boas práticas agroecológicas de prevenção de queimadas, além da participação de oficinas e capacitações em mudanças climáticas e serviços ambientais, e permanência ou ingresso dos filhos na escola.

Engajamento

Para o superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana, o baixo índice de incêndios nas comunidades é reflexo das ações de educação ambiental realizadas. "Um dos compromissos que os participantes do Bolsa Floresta assumem é o cuidado no uso do fogo. Isso envolve usar aceiros nos roçados e evitar o uso do fogo em períodos muito secos, como ocorreu agora", explicou.

A fumaça que encobriu Manaus durante o mês de outubro se deve a incêndios florestais, e ocasionou sérios problemas à saúde em níveis alarmantes, a exemplo da poluição que costuma ser registrada em Pequim, Cidade do México e Santiago, as maiores do planeta. A falta de equipamentos que meçam a quantidade de poluição torna ainda mais grave a situação na Região Metropolitana de Manaus.

Outubro teve 151% mais ocorrências

No mês de outubro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 2.392 focos de incêndio no Amazonas, um aumento de 151% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Em 17 anos, este é o terceiro maior índice de queimadas registrado no Estado, perdendo apenas para setembro, com 5.882 focos, e agosto, com 4.548 registros. Os recordes são todos de 2015.

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Antonio Ademir Stroski, informou que o volume de chuvas para outubro, novembro e dezembro não será suficiente para cessar as queimadas nas florestas. "É um ano atípico e o combate às queimadas deve se estender até o final do ano".

Os municípios de Autazes, Apuí, Parintins, Lábrea e Barreirinha lideram o ranking de focos de queimadas no Amazonas. Na Região Metropolitana de Manaus (RMM), Careiro Castanho e Manaquiri estão no topo do 'ranking'.

Em números

103.086 hectares é o território da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, na Região Metropolitana de Manaus. A RDS possui 1,9 mil moradores, divididos em 557 famílias, e engloba os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão.



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Florestas:Queimadas

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