GT busca consenso para o Parque Cristalino (MT)

ICV-São Paulo-SP - 08/11/2002
Um Grupo de Trabalho encaminhará à Assembléia Legislativa de Mato Grosso um Projeto de Lei até o dia 14 de novembro definindo uma área para o Parque Estadual Cristalino, localizado nos municípios de Alta Floresta e Novo Mundo, no norte do estado. Este foi o principal resultado da Audiência Pública realizada ontem [06/11], requerida pelo deputado Gilney Viana [PT], onde foram apresentados os estudos científicos que constataram ser o Parque a unidade de conservação com maior biodiversidade de toda a Amazônia. Participam do GT representantes da Fundação Estadual de Meio Ambiente [Fema]; do Intermat; da Assembléia Legislativa; do Ministério do Meio Ambiente; do Proecotur; dos governos municipais de Guarantã do Norte e Novo Mundo; a organização não-governamental, Instituto Centro de Vida - ICV; Procuradoria Geral do Estado; e Secretaria Estadual de Desenvolvimento do Turismo [Sedtur].

A necessidade da criação do GT se deve ao impasse criado entre o projeto de lei do deputado Nico Baracat [PSB], aprovado na Assembléia, que propõe a redução de 46% dos atuais 184,9 mil hectares. O Presidente da Fema, Frederico Muller, adiantou que a posição do governo Rogério Sales é favorável ao veto do Projeto de Lei do deputado Nico Baracat e que a instituição teria uma proposta que ampliaria a área total do parque. "Redução nós não queremos", declarou. Já o deputado Silval Barbosa [PMDB] reconhece que é preciso ouvir diversos segmentos do governo e da sociedade. "Precisamos buscar o consenso entre as diversas partes para que o Parque tenha uma área definitiva", argumenta.

Mato Grosso perde muito se o projeto de lei for sancionado pelo governador Rogério Sales. Primeiro porque o Cristalino perderia o título de mais rico em biodiversidade, além da área retirada correr sério risco de ser desmatada em pouco tempo. Além disso, teriam que ser revistos os 20 milhões de dólares previstos pelo Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal [Proecotur], do Ministério do Meio Ambiente e financiado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID]. Isso porque a criação do Parque foi decisiva para a vinda do Programa à Mato Grosso.

Foi com recursos do Proecotur que foi realizado o Plano de Manejo para o parque apresentado na Assembléia e que constatou a rica biodiversidade, com pelo menos 515 espécies de aves, 43 de répteis, 29 de anfíbios, 36 de mamíferos e 16 de peixes de valor comercial e esportivo. Apesar de ser considerado uma área de proteção ambiental relativamente pequena, foram identificados seis tipos distintos de comunidades naturais: floresta de igapó, mata de terra firme, varjões, afloramento rochosos, floresta estacional e o rio Cristalino.
(-ICV-São Paulo-SP-08/11/02)
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