Harpia solta há um ano na Mata Atlântica é fotografada por pesquisadores no Parque Nacional Pau-Brasil

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 19/06/2009
Pesquisadores fotografaram a primeira harpia adulta solta a um ano e que vem sendo monitorada via satélite no Brasil. Ela foi avistada no Parque Nacional Pau-Brasil, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes em Porto Seguro/BA. Em maio de 2008 ela havia sido solta no parque. O sucesso do trabalho de pesquisa representa que a biodiversidade existente comporta animais do topo da cadeia alimentar, como é o caso da Harpia - espécie considerada a maior ave de rapina das Américas.

Ela é o quinto indivíduo de vida livre a receber uma anilha do Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres (Cemave), centro especializado do ICMBio; e o segundo no Brasil (a primeira adulta) a receber um radiotransmissor equipado com GPS para rastreamento de sua movimentação, mas o primeiro indivíduo a ser marcado e monitorado na Mata Atlântica. Os demais foram marcados e monitorados na Amazônia.

A ave será monitorada por satélites brasileiros por três anos, gerando informações sobre a movimentação na floresta Atlântica e nos mosaicos formados pelas matas e plantios de eucalipto, bem como a distância de dispersão desta espécie nesta região. Segundo Mantovani, os resultados do 1o ano de monitoramento mostram que ela voou muito além do parque, usando uma área equivalente a duas vezes o tamanho da unidade de conservação.

De acordo com o pesquisador da ONG SOS Falconiformes, Gustavo Carvalho, eles receberam as coordenadas e entraram na mata na madrugada do dia 10. "Depois de muita caminhada, conseguimos avistá-la pousada em uma árvore, por volta das 9 horas da manhã", comemorou Carvalho. O gavião-real vem sendo monitorado, via satélite, desde o dia 15 de maio do ano passado, quando foi solto pelos pesquisadores do Projeto, após passar 15 dias em avaliação. A ave está em boas condições de saúde, mostrando que está conseguindo sobreviver no seu hábitat.

O "Projeto Harpia na Mata Atlântica" é um dos subprojetos do Programa de Conservação do Gavião-real, também coordenado pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Tânia Sanaiotti, e que teve seu início na região Amazônica há dez anos, cujo objetivo principal é a conservação da espécie no Brasil.

Ele é financiado pela Veracel Celulose S.A e desenvolve ações integradas entre pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ibama, Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina (ABFPAR), SOS Falconiformes, CRAX e RPPN Estação Veracel.

Histórico - O que salvou este exemplar da harpia solto em maio de 2008 foi a iniciativa dos funcionários e irmãos João e Osvaldo Pereira dos Santos, da Fazenda Aliança, em Itagimirim/BA. Depois de encontrarem a ave caída no campo, eles a levaram a cavalo para a sede da fazenda e buscaram ajuda do Ibama.

Após o resgate, os fiscais do Ibama entraram em contato com a equipe da Estação Veracel, que desde 2004, trabalha na reabilitação de um outro exemplar da harpia que vive em cativeiro há 12 anos. Com a orientação da equipe, o animal foi para o Centro Médico Veterinário do Dr. Mário D\'ávila, em Eunápolis, onde recebeu tratamento. Mais tarde, com a participação dos pesquisadores do Projeto Gavião Real, foi possível avaliar o animal e planejar a sua soltura.

Outra ave está pronta para retornar a natureza - Ao mesmo tempo que comemoram os resultados de um ano de monitoramento, os pesquisadores se preparam para a soltura de um outro exemplar de gavião-real, que será a 1ª harpia do mundo a retornar a natureza, depois de viver 12 anos em cativeiro.

A soltura está prevista para julho. A ave foi avaliada pelo pesquisador Roberto Azeredo, presidente da Sociedade de Pesquisa da Fauna Silvestre-CRAX, que acredita que o animal está em condições para retornar a natureza.

Este gavião-real vive num cativeiro construído especialmente para ele na RPPN Estação Veracel, desde 1997, quando foi entregue por fiscais do Ibama, após ser resgatado na região. Em 2004, foi avistado outro gavião-real na Estação e, em 2005, um ninho foi encontrado na mesma área. Isso despertou o interesse para que fosse realizada a soltura da ave ainda em cativeiro.

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