O Globo, Rio, p. 18 - 01/09/2011
Herdeiros do bicho desrespeitam mata
Parentes de Castor de Andrade vão responder por desmatamento de área de proteção na Ilha Grande
Paulo Roberto Araújo
pra@oglobo.com.br
Reincidentes, herdeiros do bicheiro Castor de Andrade vão responder novamente por crime ambiental. Durante uma operação, policiais do Batalhão Florestal, da Delegacia do Meio Ambiente, do Inea e da Secretaria municipal de Meio Ambiente constataram ontem que a família de Castor continua desmatando uma área de 23 mil metros quadrados na Ponta da Raposinha, no Saco do Céu, na Ilha Grande. O primeiro flagrante ocorreu em maio de 2010. Agora, Carmen Lúcia Andrade Iggnácio, filha do contraventor e proprietária do terreno, será multada em até R$ 1 milhão, além de responder criminalmente.
Ontem, foram apreendidas duas moto-serras e equipamentos usados para compactar o solo da área degradada. Além da vegetação nativa de Mata Atlântica, foi desmatada uma área de mangue, o que agrava o crime ambiental.
- Os proprietários desrespeitaram o embargo. Além disso, degradaram um manguezal em Área de Proteção Permanente. Lavramos um auto de constatação para aplicar uma nova multa. O município vai impetrar uma ação civil contra eles, pois foram esgotadas as medidas administrativas - disse Marco Aurélio Vargas, secretário de Meio Ambiente de Angra dos Reis.
Chefe da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais, José Maurício Padrone, afirmou que, para expandir sua mansão, a proprietária desmatou cinco hectares.
Após a operação em 2010, fiscais do município voltaram ao local em janeiro deste ano e constataram a expansão do desmatamento. Foram aplicadas multas que somavam R$ 121 mil, e os proprietários receberam a recomendação para recuperar a área.
Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a mansão foi construída antes da criação da Área de Proteção Ambiental do Tamoio, em 1994. O estado pode fazer o embargo administrativo ambiental, mas a demolição depende da Justiça.
O Globo, 01/09/2011, Rio, p. 18
UC:APA
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