Os especialistas do Serviço Florestal dos Estados Unidos Robert Kates, Marti Marshall e Jacque Buchanan estão no Brasil para conhecer unidades de conservação (UC) federais. Nesta quarta-feira (9), ele visitaram a sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Foram recebidos pelo presidente Rômulo Mello, com quem conversaram sobre acordo de cooperação entre o ICMBio e o Serviço Florestal norte-americano. Nos próximos dias o grupo irá aos parques nacionais da Chapada dos Veadeiros (GO), Anavilhanas (AM), Fernando de Noronha (PE) e Foz do Iguaçu (PR).
Por meio dessa parceria, o governo dos Estados Unidos irá apoiar programas de uso-público das UCs. A idéia é desenvolver um projeto com os técnicos norte-americanos para melhorar a capacidade do Chico Mendes em trabalhar com a visitação nas unidades. Ao comentar esse acordo entre as duas instituições, o presidente do ICMBio ressaltou a importância desse tipo de iniciativa para a consecução das políticas ambientais brasileiras. "Costumo dizer que por maior que possamos ser como instituição, nós sempre vamos depender de parcerias para empreender o nosso trabalho."
De acordo com um dos coordenadores da Coordenação Geral de Visitação do ICMBio, o analista ambiental Sérgio Carvalho, o uso-público das áreas conservadas é uma área de muito potencial e que precisa de reforços. "Nesse sentido, o governo norte-americano já reservou recursos para essa cooperação. Agora estamos acertando os detalhes de como se darão os trabalhos e quais focos serão abordados," explica. Carvalho também detalha que essa visita dos técnicos estadunidenses é consequência de uma passagem anterior de um grupo de analistas ambientais do ICMBio nos parques daquele país.
"Nós tivemos a oportunidade de conhecer o sistema deles e a agora eles estão tendo a oportunidade de conhecerem o nosso. A partir daí, vamos poder alinhar com muita qualidade o projeto de cooperação," assinala Sérgio Carvalho. Ele adianta que até o final de setembro uma pré-proposta estará elaborada para o desenvolvimento das ações. "E, no mais tardar, no fim de outubro teremos os termos definitivos elaborados. Com isso, poderemos dar início à cooperação. O foco deve ser o treinamento, capacitação, geração de conhecimentos e melhor organização do trabalho do ICMBio em uso-público," adianta.
Para Robert Kates, diretor do Programa de Uso Especial de Recreação do Serviço Florestal dos Estados Unidos, os longos anos de experiência norte-americana nesse tipo de uso de áreas conservadas e uma gama de normas e legislação nessa área poderão ser bons exemplos práticos para o Brasil. "Poderemos ajudar bastante no treinamento dos profissionais envolvidos com esse trabalho nas unidades de conservação brasileiras. Também poderemos sugerir modelos de contratos de concessão, por exemplo, indicar alguns caminhos de monitoramento das áreas, das atividades das concessionárias, enfim, será muito produtiva essa cooperação," pondera.
Do ponto de vista da legislação, Kates acredita que o modelo estadunidense poderá ser um parâmetro interessante para o ICMBio. "Nós temos mais de 100 anos de experiências no uso-público das áreas conservadas. Temos leis específicas que funcionam há muito tempo e que poderão ser úteis ao Brasil," diz.
Essa cooperação entre o Serviço Florestal dos Estados Unidos e o Instituto Chico Mendes vai durar três anos. Contudo, a expectativa, afirma Robert Kates, é a de que novas iniciativas como essas aconteçam no futuro.
UC:Parque
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