ICMBio elabora plano de ação para proteger répteis e anfíbios que vivem em ilhas marinhas

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 23/11/2009
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), deverá lançar, provavelmente em março do ano que vem, o Plano Nacional de Ação para proteger a herpetofauna insular (répteis e anfíbios que habitam ilhas). O plano será aplicado na Estação Ecológica (Esec) de Tupinambás e na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Queimada Grande, as duas únicas unidades de conservação no País que abrigam espécies desse grupo criticamente ameaçadas de extinção.

O passo decisivo para a confecção do plano foi dado na semana passada com a realização, na sede nacional do RAN, em Goiânia (GO), de workshop sobre o assunto. O encontro, que reuniu especialistas de várias instituições, começou na quarta (18) e terminou na sexta (20). Os pesquisadores identificaram as ações e os parceiros necessários para a empreitada. Participaram representantes da Diretoria de Biodiversidade do ICMBio, da Sociedade em Defesa do Litoral Brasileiro, do Instituto Butantan, da Universidade Federal de São Paulo, da Esec Tupinambás, da Arie Queimada Grande e Pequena e da Marinha, além dos técnicos do RAN.

A necessidade de elaboração de um plano de ação para espécies de répteis e de anfíbios insulares já havia sido apontada em julho deste ano durante os debates do IV Fórum do RAN, realizado paralelamente ao IV Congresso Brasileiro de Herpetologia, em Pirenópolis (GO).

Na atual lista nacional de espécies da fauna ameaçada de extinção, publicada no ano passado com dados de 2003, constam três espécies de serpentes - Bothrops alcatraz, endêmica na Ilha de Alcatrazes e Bothrops insulares e Dipsas albifrons cavalheiroi, da Ilha de Queimada Grande - , uma de anfíbio anuro (Scinax alcatraz) e duas de tartarugas marinhas - tartaruga verde (Chelonia mydas) e tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) - que habitam a Esec Tupinambás (um conjunto de ilhas, ilhotas, lajes e parcéis no Oceano Atlântico, no litoral norte de São Paulo) e na Arie Queimada Grande (que abriga as ilhas de Queimada Grande e Queimada Pequena, no litoral sul de São Paulo).

Endêmicas nessas ilhas, todas as espécies terrestres mencionadas estão no maior grau de ameaça. "Ou seja, criticamente em perigo de extinção", garante a analista Yeda Bataus. Embora não seja possível uma comparação entre a quantidade de cobras da Ilha Queimada Grande com as da Ilha de Alcatrazes, sabe-se que a Ilha de Queimada Grande, possivelmente, seja a ilha com a maior densidade de cobras do mundo. Contudo, são as mais ameaçadas de extinção também.

As diretrizes aprovadas no workshop servirão para o RAN concluir, provavelmente, em março a elaboração do plano, buscando medidas para a conservação dessas espécies. Logo que estiver pronto, o ICMBio vai dar ampla divulgação ao plano de ação da herpetofauna insular, sobretudo, entre a comunidade científica, por meio da Sociedade Brasileira de Herpetologia.
UC:Geral

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