ICMBio trabalha para criar Monumento Natural do Cânion São Francisco até final do ano

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 11/06/2008
O Instituto Chico Mendes, por meio da Diretoria de UCs de Proteção Integral, Coordenação Geral do Bioma Caatinga, coordena, juntamente com a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, e em parceria com os órgãos estaduais de meio ambiente da Bahia, Alagoas e Sergipe, projeto que visa criar o segundo Monumento Natural do Brasil - o Cânion São Francisco, na divisa entre os Estados. Considerado como prioridade para 2008, conforme acordo de gestão entre o Instituto Chico Mendes e MMA, a expectativa é de que ele seja criado até o fim deste ano.

Nesta quarta-feira (11) a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecilia Wey de Brito, juntamente com técnicos do Departamento de Áreas Protegidas e do Núcleo do Bioma Caatinga, reúniram-se com a promotora do Ministério Público Estadual da Bahia, Luciana Koury, para dar continuidade ao processo de consulta pública sobre o monumento.

Com área proposta de 30,5 mil hectares, na divisa dos estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, a unidade de conservação protegerá a formação de cânions de mais de cem metros de altura e a região lagunar da Usina Hidrelétrica de Xingó, além de uma significativa área de caatinga ainda não alterada pela ação humana.

A área proposta para o monumento natural está no cristalino - formação rochosa de mais de um bilhão de anos, com clima semi-árido e sujeito ao processo de desertificação. Além da vegetação típica da caatinga a unidade protegerá áreas de arenito, que possuem flora própria e espécies endêmicas. Entre a fauna nativa destacam-se a arara maracanã, ameaçada de extinção, e uma espécie recentemente relatada de lagarto do gênero mabuia.

O monumento que protegerá as margens do Velho Chico será a segunda unidade de conservação desse tipo sob administração federal. Ele não exigirá a desapropriação das terras nem impedirá o turismo de embarcação e ecoturismo que já são realizados na região e serão fortalecidas, com critérios de sustentabilidade e controle social.

Também é esperada a criação do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, nos municípios baianos de Sobradinho e Santo Sé, também no bioma caatinga. As audiências públicas, que estavam previstas para os meses de julho e agosto foram adiadas para novembro em função do período eleitoral.

Um dos principais biomas do país e único no mundo, a caatinga guarda muitas espécies vegetais e animais endêmicos e inúmeros sítios arqueológicos. Toda essa biodiversidade, no entanto, está altamente ameaçada pela ocupação humana, que já modificou 80% do bioma - pouco representado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Apenas 4% das terras protegidas por unidades federais estão na Caatinga.
UC:Monumento Natural

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