Dados da pesquisa sobre a fauna hídrica do Parque Estadual do Cantão foram apresentados durante palestra do Instituto Araguaia de Proteção Ambiental (IA), na manhã desta sexta-feira, 15, no auditório do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), em Palmas. Entre outras espécies estudadas, o pirarucu e os tucunarés pitanga e branco ganharam foco durante a apresentação das constatações da pesquisa para análise do público presente. Com a participação da plateia houve o esclarecimento de dúvidas a respeito dos resultados e comentários de outras experiências. Ao final do encontro, foram sugeridas propostas para ajustes das normas de pesca amadora e profissional, que podem beneficiar a conservação da quantidade e variedade dos peixes na região, com a manutenção das atividades de pesca e turismo.
O superintendente de Gestão Ambiental do Instituto, Natal César Alves de Castro, avaliou as informações verificadas no monitoramento. "Conhecer as características mais recentes da ictiofauna na área do Parque é uma contribuição importante para enriquecer os debates entorno do assunto, com base em dados atualizados. E a troca de conhecimentos entre pesquisadores de diferentes instituições, que ocorreu ao final do evento, nos mostra que a relação do homem com o meio ambiente, pode ser determinante para preservação ou extinção de uma espécie", enfatizou Castro.
A bióloga e presidente do IA, Silvania Campello, deu início a apresentação falando das riquezas das águas na região, do objetivo do projeto e da relação com a comunidade. "A pesca no médio Araguaia é uma atividade intensa. A pesquisa que apresentamos hoje teve o objetivo de realizar o monitoramento da população de peixes em lagos com proteção efetiva como a do Parque. Mas no decorrer de algumas ações do monitoramento, pudemos constatar com a ajuda de pescadores locais, a movimentação de exemplares para áreas de proteção menos intensificada. Isso mostra que o repovoamento na unidade de conservação tem um papel importante para as extensões hídricas", comentou a presidente.
Já o diretor de Pesquisa da IA, George Georgiadis, que ministrou a apresentação dos resultados falou da preocupação com a ausência de exemplares e a relação com atividades de pesca. "Como foi apresentado pelo resultado do monitoramento, em diferentes extensões do lago na região, algumas espécies de peixe não foram encontradas ou a quantidade se mostrou muito baixa. Sendo esses, os tipos de peixes que apresentam maior rentabilidade comercial. Esse e outros dados, nos leva a acreditar que seja o momento propício para pensar em um ajuste nas permissões de pesca de forma que não prejudique a atividade, mas contribua para se evitar a extinção dos peixes mais apreciados", pontuou o diretor.
Projeto Peixes
O projeto de Monitoramento da Ictiofauna do Parque Estadual do Cantão foi iniciado em agosto de 2013, em parceria com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e apoio da Fundação Grupo Boticário. O IA tem a proposta de monitorar a recuperação da população de peixes em lagos com proteção efetiva, além de comprovar o efeito desses lagos no repovoamento de áreas no entorno do parque, onde a pesca é permitida. Peixes importantes para a pesca comercial e esportiva são marcados e recapturados, sua população é estimada e sua dispersão para áreas onde a pesca é permitida são acompanhadas com a participação de pescadores da região.
Sobre o Instituto
O Instituto Araguaia de Proteção Ambiental (IA) é uma organização não-governamental, que entre outras missões, promover o desenvolvimento e a divulgação de estudos para preservação e conservação da biodiversidade e dos processos ecológicos contidos na região do Rio Araguaia e em especial na área do Parque estadual do Cantão, seu entorno e sua área de influência.
http://naturatins.to.gov.br/noticia/2016/4/15/instituto-araguaia-aponta-dados-da-ictiofauna-do-cantao-e-proposta-para-preservacao-de-especies/
Biodiversidade:Fauna
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