Invasores são presos e multados no Parque Nacional de Pacaás Novos em operação conjunta do Ibama, Funai e Policia Milita

Ibama - 17/06/2005
Foram presos no dia 28 de maio, durante operação
conjunta, seis invasores que estavam cortando e
derrubando lotes dentro do Parque Nacional de Pacaás
Novos sobreposto à Terra Indígena Uru-eu-wau-wau, na
região conhecida como Serra da Onça no município de
São Miguel do Guaporé, Rondônia.

Através de um sobrevôo realizado no início de maio de
2005 por equipe do IBAMA e FUNAI, sobre a Serra da
Onça, foram avistadas muitas clareiras recentes e
invasores trabalhando na área. Posteriormente, equipes
por terra entraram na área e destruíram barracos mas
ninguém foi encontrado. No período de 24 a 29 de maio,
foi montada nova operação interinstitucional, com a
presença da FUNAI e Polícia Militar visando manter a
vigilância permanente na área, onde foram encontrados
seis invasores que haviam voltado. Para localizar a
área invadida, foi necessário abrir uma trilha de
3,5km por uma mata fechada repleta de taquara e
desníveis.
Os infratores foram abordados dia 28 de maio de 2005,
por volta das 11:30 h. No local foi encontrado um
barraco de madeira e lona, com sete pessoas, sendo um
menor. Infratores estavam marcando lotes de 50
hectares totalizando uma área de 300 hectares. Foi
solicitado que os infratores recolhessem documentos e
objetos de uso pessoal e todo o restante dos
equipamentos foi queimado, juntamente com o barraco.
Em seguida foram conduzidos até o local onde
encontravam-se as viaturas oficiais e seguiram até a
Delegacia de Polícia Civil de São Miguel do Guaporé .
Na delegacia de São Miguel do Guaporé, todos os
invasores maiores prestaram depoimento e foram
detidos. São eles: Fábio Cabral da Silva, Jacy Rocha
de Oliveira, José Martins Moraes, José Venâncio de
Oliveira, Jovelino Ferreira de Souza e Valtair Vicente
da Luz. Todos estão respondendo processo criminal e
foram multados em R$18.000,00 reais.
Além de ser área protegida por ser Parque Nacional e
Terra Indígena, o local desmatado encontra-se também
em Área de Preservação Permanente tendo locais com
declividades superiores a 70 graus, onde estão
protegidas nascentes dos rios São Miguel, Urupá e
Muqui, recursos estratégicos para o Estado e a
população. A região rica é em espécies florestais
nobres como cerejeira, ipê, castanheira, massaranduba,
garapeira, angelim, jatobá, freijó, roxinho, cedro,
caixeta, sumaúma, dentre outras. Também é grande a
ocorrência de palmeiras, sendo que, nos baixios e
encostas há alta incidência de "sete pernas" e
"pachiúba".
Este não é um caso isolado, já houve outros casos de
gente detida e equipamentos como tratores e caminhões
apreendidos dentro da unidade, pois a pressão pela
exploração ilegal sem pagar imposto, em áreas
protegidas em Rondônia é grande, dificultando muito o
trabalho das autoridades que trabalham para a proteção
dos recursos naturais e o bem estar das populações
tradicionais e do entorno das unidades. Neste sentido
os órgãos relacionados ao meio ambiente necessitam de
mais recursos para reverter o quadro de destruição da
biodiversidade.
O caso é sério já que na área ainda não foram feitos
estudos pela ciência e pode conter espécies ainda
desconhecidas e raras, sendo uma importante fonte de
nascentes do estado e área de presença de índios
isolados fotografados recentemente. Para reverter este
quadro o IBAMA e em conjunto com a FUNAI estão
trabalhando na construção de um posto de vigilância
permanente na área. Todo este trabalho só está sendo
realizado pois a equipe do Parque vem trabalhando em
parceria com outros órgãos e também vem recebendo
apoio da Gerência e das diretorias de Ecossistema e
Fiscalização. Além disso, através do Cooredor
Ecológico, já iniciamos os trabalhos para realização
do Plano de Manejo do Parque que é uma ferramenta que
gera informação para intervenções mais eficazes e
trabalhos científicos e serve para uma preservação
mais consistente e permanente da área.
(Thiago Beraldo e Mauro Guimarães-Ibama-Porto Velho-RO-17/06/05)
UC:Parque

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