Macacos Bugios são reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca

((o))eco - http://www.oeco.org.br/ - 08/09/2015
Há menos de uma semana, o Parque Nacional da Tijuca virou a casa de 4 macacos bugios (Alouatta guariba) oriundos ou de cativeiro ou de apreensões de órgãos ambientais. A reintrodução da espécie nativa aconteceu após esses bugios passarem 8 meses no Centro de Primatologia do Estado do Rio de Janeiro (CPRJ/INEA) para realização de exames, quarentena e formação do grupo social.

Após essa etapa, foi instalado um viveiro dentro do parque, que permitiu a adaptação gradual do grupo. Bugios vivem em bandos de 3 a 12 membros, sendo comandados por um macho dominante, que fica responsável pelo grupo. A adaptação de animais que viviam isolados num bando faz parte do treinamento para que a reintrodução da espécie na natureza possa ser realizada.

A soltura, realizada na última sexta-feira (04), foi considerada um sucesso.

Dos 4 animais, dois já exploram o ambiente do entorno e os outros dois ainda preferem se manter próximos do viveiro. Não é para menos, esses dois mais medrosos são oriundos de cativeiro e estão acostumados com as grades. Mesmo assim, o grupo se mantém coeso.

Outros grupos devem ser devolvidos à natureza nos próximos anos para estabelecer uma população viável a longo prazo.

Refaunação

A chegada desses novos moradores é parte de programa de reintrodução de espécies nativas localmente extintas na unidade de conservação. Ao longo da história da área que viria a se tornar o Parque Nacional da Tijuca, muitas espécies foram extintas no local devido a caça predatória e a destruição de habitats. A ocupação de cafezais no século XIX contribuiu para a retirada dessas espécies, que agora estão sendo reintroduzidas.

Em 2009, o parque reinseriu as cutias (Dasyprocta leporina) e agora os Bugios (Alouatta guariba).

Fernando Fernandez, pesquisador da UFRJ e colunista de ((o))eco, participa do projeto Refauna e explica a importância da iniciativa: "a refaunação permitirá recuperar processos ecológicos importantes que foram perdidos no ecossistema do Parque Nacional da Tijuca, especialmente a dispersão de sementes das grandes árvores. Isso é importante para garantir que a floresta possa conservar, a longo prazo, a sua biodiversidade".

O programa de refaunação do PNT está sendo realizado por uma equipe composta de pesquisadores de várias instituições, especialmente a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a equipe técnica do próprio Parque, coordenada pelo biólogo Ernesto Viveiros de Castro, chefe da unidade.

O Projeto Refauna é atualmente financiado com recursos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.



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Biodiversidade:Fauna

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