Mais de 200 famílias de RESEX do Médio Purus estão desabrigadas

A Crítica - http://acritica.uol.com.br - 29/02/2012
Há duas semanas os habitantes dos municípios Pauini (a 923 quilômetros de Manaus) e Lábrea (702 quilômetros) sofrem com as cheias do rio Purus. Estima-se que mais de 200 famílias da Reserva Extrativista do Médio Purus (RESEX) estão desabrigadas e correndo riscos de perder a colheita deste ano, armazenadas dentro das residências.

Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus (ATAMP), José Maria Carneiro de Oliveira, o município de Pauini é o mais afetado. Conforme José Maria, há duas semanas o nível das águas tem aumentado rapidamente e na última semana a situação se agravou.

José Maria afirma que mais de 200 famílias estão desabrigadas e estima-se que outros ribeirinhos extrativistas percam suas casas até o fim de semana. "Eles estão improvisando para não perder seus lares. Os que moram próximos a terra firme estão indo para lá e os que não têm como sair de suas casas estão tentando subir assoalho até onde conseguem", afirma o presidente da ATAMP.

Conforme José Maria as escolas e postos de saúde do município estão fechadas e o atendimento a população está sendo feita de forma deficiente. "As comunidades ribeirinhas são as mais afetadas, pois estão praticamente debaixo d'água", diz.

Outra preocupação dos moradores é com a produção agrícola dos municípios. Segundo o presidente da ATAMP a mandioca cultivada no início do ano e armazenada nas casas corre sérios riscos de se perder durante a alagação o que irá ocasionar uma crise na economia local.

Os habitantes reclamam ainda da falta de assistência da Defesa Civil, que até o momento não enviou ajudas as famílias mais necessitadas. "Acredito que até o fim desta semana a situação se agrave em Lábrea também e estamos muito preocupados", completa José Maria.

Ajuda não solicitada

A assessoria da Defesa Civil do Amazonas afirmou que os municípios de Lábrea e Pauini ainda não solicitaram ajuda do órgão. Segundo a Defesa Civil, o Estado só pode interferir após notificação da prefeitura do município e/ou em situação de emergência.

A Defesa Civil alega ainda que está realizando monitoramento de rotina das áreas afetas e que estão prestando assistência aos demais municípios da calha do Juruá e Purus.



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