Ministros anunciam medidas para populações extrativistas

G1 - http://g1.globo.com/ - 29/11/2013
Os ministros Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário; Izabella Teixeira, do Meio Ambiente; e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome anunciaram nesta sexta-feira (29), em Melgaço, na Ilha do Marajó, um pacote de medidas previstas para o triênio 2014-2016 para o estímulo à produção extrativista no país. Os ministros participaram no II Chamado da Floresta, que reuniu mais de mil extrativistas de diversas localidades da Amazônia.

A principal medida foi implantação da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), com destinação prevista de R$ 223,2 milhões para projetos de manejo dos produtos como açaí, mandioca, castanha e pescado. A ideia é organizar a cadeia produtiva desde as regularizações fundiárias, para a legalidade da posse das terras, até a prestação de assistência para o manejo correto de produtos.

Sobre as medidas, a ministra Izabella Teixeira enfatizou que servem para solucionar problemas históricos enfrentados pelas populações tradicionais. "Trata-se de políticas públicas estruturantes, não é um projeto piloto. Estamos falando de investimentos representativos. Saímos em 2006 de 2.800 famílias com regularizaçao fundiária e vamos chegar a 54 mil no ano que vem. É uma mudança de patamar, agora quando você regulariza tem que dar políticas de acesso à energia, saúde, melhorar as condições para esse povo permanecer na terra", afirmou.

Tereza Campello destacou que para os projetos saírem do papel é necessário estímulo à compra dos produtos extrativistas. "Criamos a política de garantia de preços mínimos para que os produtos extrativistas tivessem preço no mercado. Antes quem dava preço aos produtos era uma ou outra família que comprava o que vocês vendem a preço vil, ou seja, não tinha preço justo", informou.

A maior questão para os extrativistas é justamente como esses projetos chegarão até as comunidades. Letrízia Duarte Souto, da Reserva Extrativista Verde para Sempre, de Porto de Moz, no oeste do Pará, afirma que desde a criação da reserva, em 2004, das 2.111 famílias que moram no território, 1.800 ainda não receberam os benefícios previstos e questiona se o encontro com os ministros terá êxito.

"O governo acha que nós somos um sistema isolado e que não tem como nos fornecer energia. Prometeram placa solar para as famílias e até hoje não chegou a casa nenhuma. Então a gente acha que a gente não vai ter êxito. Queremos também a regularização fundiária porque existem muitos fazendeiros, pecuaristas madeireiros que vivem no meio da gente, fazendo ações ruins. Em janeiro recebi ameaça de morte porque eu defendo essa classe. Na prática chega muito pouco até nós. Espero que o governo possa ter responsabilidade de fazer alguma coisa pelos pequenos", disse.

O evento foi organizado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas e também estavam presentes representantes da Secretaria Geral da Presidência da República, do Incra e do ICMBio.



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Florestas:Extrativismo

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