Modelo de UC aberto à visitação, Chapada dos Veadeiros recebe 40 mil visitantes por ano

Observatório de Ucs - http://observatorio.wwf.org.br - 19/02/2015
Com uma média de 40 mil visitantes por ano, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, na região nordeste de Goiás, localizado a cerca de 250 km da capital federal, tornou-se um modelo de Unidade de Conservação aberta ao uso público.

Criado na década de 60, o parque protege uma área de 65 mil hectares e é capaz de aliar o turismo ecológico à conservação do bioma cerrado e a preservação de espécies ameaçadas - tais como o cervo-do-pantanal, o gato-do-mato, lobo-guará, a onça-pintada e o tamanduá-bandeira. Em 2001, a Chapada foi declarada Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO.

Na opinião da chefe do Parque Nacional, Carla Cristina Guaitanele, o brasileiro está redescobrindo a região. "A divulgação da Chapada tem sido crescente. Em dois anos, dobramos o número de visitantes. A infraestrutura melhorou. A gente não fez concessão de serviços, ainda somos nós quem gerimos tudo. Fazemos com muito carinho mesmo com as dificuldades", disse ao Blog do Observatório de UCs.

O parque tem quatro circuitos abertos à visitação. A Trilha dos Saltos em que, ao longo de 10 km, é possível avistar o Salto de 120 metros do Rio Preto, o Salto de 80 metros e as Corredeiras do Rio Preto.

Outro atrativo é o circuito dos cânions de 12 km que leva cerca de cinco horas. De modalidade fácil, a trilha da Seriema tem 800 metros e leva a piscinas naturais.

O mais recente atrativo estruturado à visitação é a Travessia das Sete Quedas que abre apenas no período de seca, entre os meses de junho e novembro. A trilha percorre a Chapada ao longo de 23 km e inclui um pernoite na Unidade de Conservação.

"Cada placa de sinalização nas trilhas é uma vitória. Conseguimos colocar infraestrutura dentro do parque, ponte, escada e trilha suspensa para cadeirantes a fim de ajudar na acessibilidade", comemora Guaitanale, que há dois anos é gestora do parque.

Desde janeiro de 2013, não é mais obrigatório contratar guias para visitar a unidade. Outro fator que incrementou o número de visitantes é a acessibilidade. De Brasília até Vila de São Jorge, onde situa-se a entrada do parque, a rodovia foi reformada e o trajeto em terra, asfaltado.

A entrada é gratuita, mas o parque já estuda impor uma cobrança de tarifas de R$12 a R$15. O motivo, segundo Guaitanale, é para assegurar melhor recepção ao turista. "Estamos nos estruturando para cobrar em breve. A ideia é profissionalizar o serviço e dar o melhor atendimento ao visitante. O parque é bem organizado, os atrativos são bem sinalizados, mas o trabalho de recepção acaba sendo feito pelo vigia patrimonial que não faz parte de suas funções. Eles não estão capacitados para isso", explicou.

A manutenção da UC ainda tem um custo elevado. A cobrança aos visitantes geraria uma arrecadação de cerca de R$ 300 mil por ano que poderia ajudar a arcar com uma parcela das despesas.

Faltam ainda guarda-parques e agentes de campo. Atualmente, a UC conta com seis analistas ambientais do ICMBio e 30 funcionários terceirizados. A Chapada não tem guarda-parque, apenas vigilantes patrimoniais. Nos fins de semana de maior movimento de turistas, o parque conta com o apoio dos bombeiros.

O plano de manejo é de 2009, mas a situação fundiária ainda não foi totalmente regularizada. "O parque tem áreas devolutas, áreas regularizadas, mas ainda está em andamento o processo de regularização fundiária", disse.

Segundo Guaitanale, a principal ameaça são os incêndios florestais, especialmente no período de seca. É comum que o fogo utilizado em propriedades no entorno do parque para a pastagem extrapole os limites e invada a UC.



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